Policiais rodoviários são condenados por corrupção

Dois policiais rodoviários federais, presos na Operação Passadiço, foram condenados pela Justiça Federal de Sergipe nesta segunda-feira (13/7). Dilermando Hora Menezes e José Carlos Vitório dos Santos estavam entre os 14 policiais denunciados pelo Ministério Público Federal em Sergipe pela acusação de terem “recebido propina para não fiscalizar corretamente os veículos que trafegavam pelas estradas federais que cortam o estado”.

A Operação Passadiço foi deflagrada em junho de 2008, em conjunto entre o MPF, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Na época, 19 pessoas chegaram a ser presas. De acordo com o MPF, os crimes eram praticados nos postos fiscais de Cristinápolis e Malhada dos Bois, ambos em Sergipe.

Dilermando Menezes foi condenado a 13 anos de reclusão pelos crimes de corrupção ativa, tráfico de influência, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional e concurso material. A juíza federal Andréa Márcia Vieira de Almeida determinou que ele cumpra a pena em regime semiaberto. Ele pode recorrer em liberdade.

José Carlos também foi condenado por advocacia administrativa, violação de sigilo funcional e concurso material, além de corrupção passiva. As penas somam mais de dez anos de reclusão. Carlos também poderá cumprir a pena em regime semiaberto e recorrer em liberdade.

“A sentença, como nós esperávamos, foi pela condenação, em virtude do conjunto de provas que foi apresentado. Estamos avaliando a extensão das condenações para decidirmos sobre eventual recurso e aguardando que os demais processos relativos ao mesmo caso tenham desfecho semelhante”, avalia o procurador da República Eduardo Pelella.

Na denúncia apresentada pelo MPF, são apontadas conversas dos réus com outros acusados. Segundo o MPF, nessas conversas, os condenados “acertavam preços para liberar a fiscalização de veículos irregulares, informavam a conhecidos e amigos quem eram os policiais de plantão nos postos fiscais da PRF, pediam favores aos colegas de plantão e até mesmo discutiam com outros policiais por terem apreendido veículos de seus amigos”.

Renova Energia esnoba pequenos investidores

Em Portugal, os responsáveis pela colocação das ações da EDP Renováveis vão aumentar de 20% para 26% a quantidade de papéis disponíveis, o que significa mais de 13 milhões de ações para os pequenos subscritores. Em contrapartida, a parcela destinada aos investidores institucionais será reduzida para 76%. Bom, isso está acontecendo por causa da grande procura por esses títulos e, segundo os cálculos, de 30 mil a 40 mil pessoas demonstraram interesse pelo investimento, o que significa um rateio que proporcionará cerca de 40 ações para cada uma delas. Toda essa euforia é porque se trata de uma empresa do mais badalado setor da atualidade: o de energias renováveis.
Enquanto isso, no Brasil, a Renova Energia, empresa holding do grupo composto pela Enerbras Centrais Elétricas e pela Energética Serra da Prata, entrou com pedido na Comissão de Valores Mobiliários para captar recursos, através do lançamento de units, para aumentar a capacidade de geração de energia elétrica por fontes alternativas. Por enquanto, ninguém sabe, a quantidade de títulos a ser oferecida, nem a faixa estimativa de preço.
Apesar da Enerbras ser uma empresa relativamente nova e, consequentemente, sem tradição no mercado, já demonstrou um certo esnobismo ao anunciar que os papéis serão colocados no Brasil e nos Estados Unidos, sob a coordenação do UBS Pactual e do Morgan Stanley, mas destinada exclusivamente a investidores qualificados, ou seja, aqueles que façam investimentos superiores a R$ 300 mil reais.
O mais engraçado é que os controladores acham que haverá rateio na oferta de dispersão e já estabeleceram que será adotado o critério diferenciado, que divide os investidores com prioridade e sem prioridade. O direito à prioridade depende de dois fatores, a requisição de tal classificação, e do atestado de bom comportamento, ou seja, será atendido aquele investidor que não ter não tiver flipado (no jargão de mercado, vendido as ações no dia da estréia) em ofertas anteriores.
Acredita-se que tal decisão é baseada no fato do controle da Renova ser divido entre a RR Participações, de Ricardo Lopes Delneri e Renato do Amaral Figueiredo, e pelo InfraBrasil, cujos quotistas são a Petros, a Funcef e o BNDESPar, com o Banco Interamericano de Desenvolvimento sendo um dos principais financiadores de recursos desse fundo.

Empresários portugueses com problemas
As empresas controladas pelos empresários portugueses Joe Berardo e Horácio Roque foram objeto de busca e apreensão por parte de uma equipe liderada pelo Procurador da República, Rosário Teixeira, durante a “Operação Furacão”. Agora, estão indiciadas por prática de fraude fiscal, por utilização de faturamento falso e lavagem de dinheiro, com a utilização de firmas off-shores.
O pitoresco é que isso aconteceu no dia em que Joe Berardo foi eleito presidente do conselho de remunerações do Banco Comercial Português.

Dimas Covas troca indicado de David Uip no Butantan e expõe disputa por espaço

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, substituiu, na quinta-feira (23), o superintendente da Fundação Butantan, que havia chegado ao posto por indicação do secretário David Uip —num movimento que expõe a disputa por espaço na instituição responsável pela vacinação em São Paulo.

O infectologista David Uip foi nomeado, em maio, secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, nova pasta criada pelo governo Rodrigo Garcia (PSDB) e que engloba o Instituto Butantan.

Covas retirou do posto Reinaldo Noboru Sato, que havia sido indicado por Uip em 2017, quando o infectologista era secretário estadual da Saúde. O novo superintendente é Gilberto de Pádua, nome de confiança de Covas e que vem da sua região de Ribeirão Preto.

A fundação é um braço operacional do instituto e foi responsável pelo acordo de aquisição da Coronavac. A troca foi lida entre integrantes do governo paulista como uma demonstração de força de Covas em resposta à nomeação de Uip.

“Vidente” é investigada por golpe de R$ 50 milhões em megaempresário

O empresário Emídio Mendes, 69, recebeu de um amigo português a indicação de uma pessoa no Brasil capaz de ajudá-lo a se livrar de tonturas que o atormentavam havia anos. De Lisboa mesmo, ligou para marcar um horário. Foi a partir disso que, em 2009, conheceu em São Paulo uma mulher chamada Vitória, tida como uma vidente. Seis anos depois, porém, além de não ter conseguido conter as tonturas, contabiliza prejuízo de cerca de R$ 50 milhões e enfrenta uma briga judicial para manter o controle de suas empresas -é dono de grupo que inclui shopping, jornal e pedreira. E as tonturas? “Estão muito piores”, diz. Essa vidente que Mendes consultou não tem nada de Vitória.

Chama-se, na verdade, Maria Helena Gimenez, ou, dependendo do documento, Cristina Kwiek. Tem idade e naturalidade incertas e é uma velha conhecida da polícia. Consultas policiais atribuem a ela quatro RGs diferentes. Segundo policiais ouvidos pela Folha, ela integra uma rede de falsos videntes especializada em obter grandes quantias com venda de trabalhos espirituais fraudulentos. Com truques que envolvem supostos contatos com espíritos e uso de animais mortos, os “videntes” convencem as vítimas a resolverem problemas criados, às vezes, pelos próprios farsantes. O preço só é revelado quando está tudo, em tese, concluído. Ou quase. Foi o que aconteceu com o empresário paulista Caio Augusto Cardoso, 38, quando foi procurado por Márcia Kwiek e Alexander Queiroz, filha e genro da vidente e integrantes dessa mesma rede. Segundo documentos de uma ação judicial, o empresário foi convencido, em 2012, a pagar R$ 6,5 milhões para libertar de um feitiço os pais dele, mortos anos antes. A mãe, por exemplo, estaria sofrendo com um “tumor espiritual”. O dinheiro seria para compra de velas -acesas até em Angola. Alertado do possível golpe pelo irmão, o empresário conseguiu que o banco interrompesse a transferência de ao menos R$ 3,5 milhões. À Justiça, que Cardoso buscou para reaver os R$ 3 milhões restantes, a dupla de videntes disse que o valor se referia a doação. “Vale ressaltar a boa fé dos peticionários que, passados mais de 15 dias das doações, ainda mantinham praticamente intactos os valores doados, demonstrando o caráter diferente de estelionato”, diz trecho da defesa. Naquele momento, parte do dinheiro já tinha sido usada para compra de veículos de luxo, como duas Mercedes-Benz, uma por R$ 480 mil. Mas, após bloqueio de bens e pedido de prisão apresentado pelo Ministério Público, o dinheiro foi devolvido. Segundo policiais ouvidos pela Folha, há vítimas que, com vergonha, não registram queixa, e outras que dizem ter sofrido golpes com valores de R$ 50 mil a R$ 60 mil. Casos como esse levaram a comunidade cigana a espalhar, nos anos 2000, cartazes alertando para falsas videntes. Eles eram ilustrados por fotos de Maria Helena e de duas outras mulheres.

Apesar disso, não consta na ficha criminal dela nenhuma condenação. Atualmente, sua atuação é como investigada em três inquéritos na polícia. Em 2012, a Justiça Federal chegou a decretar sua prisão por falsidade ideológica e documento falso, em investigação que citava também estelionato, evasão de divisas e tráfico de mulheres. A prisão foi revertida pelo então advogado de Maria Helena, Luiz Flávio D’urso, ex-presidente da OAB-SP. Procurada ao longo da semana, Maria Helena não foi localizada. A reportagem tentou contatá-la em cinco números de telefones e três endereços atribuídos a ela em documentos, como boletins de ocorrência. D’Urso diz que não teve mais notícias dela desde que deixou o caso. SEGURANÇA

DELATOU ESQUEMA O segurança paulistano Lásaro Antonio Reis, 44, diz que, quando foi contratado por Maria Helena Gimenez em 2010, recebeu dela uma missão clara: proteger o empresário Emídio Mendes, dono do Riviera Group, que tem negócios no ramo de comércio, comunicação e imóveis. Segundo Reis, as palavras da mulher revelavam que a proteção tinha prazo de validade. “Não deixa o homem morrer que ainda não é hora”, relata o que teria ouvido. Para o segurança, o tempo que a “vidente” esperava era o suficiente para transferir todos os documentos de seu interesse para o nome dela ou de seu grupo, como ela já havia feito com parte dos bens. “Faltava mais alguma coisa para ela tomar”, afirma Reis. De acordo com a família de Mendes, foi Reis quem ajudou a salvar a vida do empresário ao mudar de lado e revelar as conversas da patroa. No final de 2011, diz, o português não tinha força para deixar a cama e não conseguia se alimentar sozinho. “Ela dopava ele. Eu precisava dar banho nele. Dava comida”, diz o segurança, que passou a trabalhar só para o empresário. Mendes estava entregue. Ficava sozinho porque, por orientação da vidente, se afastara de familiares e amigos. Demitiu funcionários de confiança da empresa e colocou outros indicados por ela. A partir daí, foi a vidente quem passou a controlar o grupo. “Ela não falou em dinheiro de imediato. Só mais tarde, à medida que foi me envolvendo, ganhando minha confiança.” Depois, afirma, isso mudou. “Ela pedia R$ 150 mil, R$ 200 mil, R$ 500 mil. Dizia que precisava fazer trabalhos, sacrificar animais, para me curar. Nunca vi fazer nada.” Segundo Mendes, a primeira vez que ele temeu correr risco de vida foi quando, em seu centro de compras em Portugal, ouviu de parentes de Maria Helena que o empreendimento seria delas em um ano. “Elas não sabiam que eu estava ouvindo”, disse, sobre três mulheres indicadas pela vidente para administrar aquele negócio. Ele afirma ainda que, ao se reconciliar com a família e se afastar de Maria Helena em 2012, acreditava ter ficado com o prejuízo dos trabalhos espirituais. O valor, pelos seus cálculos, chega a R$ 15 milhões. Depois, relata, descobriu que a situação era pior. Notou o desvio de R$ 4,9 milhões de uma conta, e surgiram documentos registrados em cartório com a suposta assinatura do empresário que atestavam uma dívida que chegava a R$ 36 milhões. “Só mais tarde vim a perceber que eles [a vidente e as pessoas que apresentaram os documentos] estavam todos ligados”, afirma Mendes.

Após contratar um detive, Mendes soube que o tal homem que reclama os R$ 36 milhões é um pastor ligado ao filho de Maria Helena. Agora, ele tenta provar na Justiça que os documentos são falsos para conseguir retomar o controle da empresa. O prejuízo pode ser ainda maior. O empresário registrou o furto de ações ao portador no valor R$ 100 milhões e o desaparecimento de escrituras de um terreno na Grande SP com 9 milhões metros quadrados. “Eu já não sei mais o que pode vir.”

Após notificação, ex-diretora de conteúdo devolveu caixa com fotos do acervo de A Tarde

A ex-diretora de conteúdo do Jornal A Tarde, Alessandra Roldan, devolveu a caixa contendo acervo fotográfico do jornal após a notificação extrajudicial feita pela publicação (lembre aqui). De acordo com o Grupo A Tarde, a ex-diretora, conhecida como Alezinha, não foi “acusada de qualquer fato delituoso/crime”. “Apenas houve o pedido de devolução do material”, frisa a assessoria jurídica do jornal.

Veja a nota completa:

Nota de esclarecimento

Empresa Editora A Tarde S/A – Jornal A Tarde  – vem esclarecer fatos relacionados à matéria publicada em 18 de fevereiro de 2019, intitulada “Jornal A Tarde notifica ex-diretora de conteúdo por apropriação indébita”, nos seguintes termos:

A citada Sra. Alessandra Maria Silva Roldan efetivamente prestou serviços ao Grupo A Tarde, tendo seu contrato rescindido em 04/02/2019, por essa razão, enviou dois prepostos, para retirada de pertences pessoais da sala em que desenvolvia suas atividades.

Em 05/02/2019, juntamente com os pertences pessoais da Sra. Alessandra, foi retirada uma caixa contendo acervo fotográfico do Jornal, sendo a mesma comunicada, posteriormente, de tal equivoco, foi instada a devolver o referido material.

Nesse sentido, salienta-se que, em momento algum, a Sra. Alessandra Roldan foi acusada de qualquer fato delituoso/crime, como citado na matéria – apropriação indébita, apenas houve o pedido de devolução do material.

Superada a questão e esclarecidos os fatos, informamos que o material já fora devolvido, não havendo qualquer celeuma em relação ao citado assunto.