Suspeito de Liderar Facção Criminosa é Preso pela Polícia Federal em Salvador

Nesta segunda-feira (30), a Polícia Federal prendeu Rodolfo Borges Barbosa de Souza, suspeito de liderar uma facção criminosa em Salvador. A operação foi realizada de forma integrada entre as polícias federal, estadual e o Ministério Público da Bahia (MP-BA). Rodolfo é investigado por envolvimento em tráfico de armas, drogas e lavagem de dinheiro, com atuação concentrada no Complexo de Amaralina, em Salvador, e em Portão, localizado em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana da capital baiana.

A prisão ocorreu na casa do suspeito, em Busca Vida, um condomínio de alto padrão, após uma ação coordenada entre diversas forças de segurança, incluindo o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal.

Líder de Facção e Empresário do Crime

De acordo com a investigação, Rodolfo também é apontado como fornecedor de produtos químicos controlados, utilizados na produção de entorpecentes, e abastecia outras organizações criminosas. O suspeito já tinha antecedentes criminais, com passagens pela polícia em 2020, e respondia por crimes como estelionato e uso de documentos falsos. Além disso, havia contra ele dois mandados de prisão em aberto, expedidos pela Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem de Capitais.

Operação Integrada

A ação envolveu diversas instituições, incluindo a Rondesp, o sistema de inteligência da Polícia Militar da Bahia, a 52ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado na Bahia (Ficco/BA). Com a prisão de Rodolfo, as autoridades esperam desmantelar parte da rede de criminalidade organizada que opera em Salvador e na região metropolitana, interrompendo o tráfico de armas e entorpecentes na área.

A prisão de Rodolfo representa um importante passo no combate às facções criminosas na Bahia, destacando a cooperação entre as forças policiais para combater o crime organizado e a lavagem de dinheiro no estado.

PF investiga Delegado Eguchi que concorreu à prefeitura de Belém com apoio de Bolsonaro

Eguchi é investigado por violação de sigilo funcional em operação contra mineração ilegal

Nesta quarta-feira (14), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação de busca e apreensão na casa do delegado da polícia federal e ex-candidato à prefeitura de Belém, Everaldo Eguchi (Patriota). Em razão da operação, a Justiça Federal ordenou o afastamento do delegado de suas funções, e teve manifestação favorável ao pedido pelo Ministério Público Federal (MPF).

Bolsonarista e apoiado durante a candidatura à prefeitura da capital paranaense em 2020 pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o delegado afastado é o alvo da “Operação Mapinguari”, que investiga o vazamento de informações da operação por parte de um servidor público da própria Polícia Federal. O servidor foi identificado e afastado.

Além dele, a operação tem como alvo seis empresários ligados à exploração ilegal de manganês, em Marabá, no sudeste do Pará. Os investigadores acharam na operação uma mala com pacotes de dinheiro.

A violação de sigilo funcional é crime previsto no artigo 325 do Código Penal Brasileiro e se caracteriza como um crime subsidiário praticado por funcionário público, que revela fato que deveria permanecer em sigilo, em razão do cargo que ocupa. 

Proteção de grileiro

A informação da busca na casa do ex-candidato de Jair Bolsonaro, no Pará, foi confirmada tanto pela assessoria do delegado quanto pela Polícia Federal. Segunda a PF, a investigação do vazamento existe desde 2018.

O ato de vazar informações trouxe prejuízos para investigação, uma vez que um dos investigados teve conhecimento antecipado da ação policial e isso fez com que alguns alvos não fossem encontrados no dia da operação.

Além do crime de violação de sigilo funcional são investigados também os de: corrupção passiva, ativa e associação criminosa, com penas previstas superiores a 20 anos de reclusão. A operação está cumprindo oito mandados de busca e apreensão, expedidos em Belém, Marabá, Parauapebas e no estado de Goiás.

O que diz Everaldo Eguchi (Patriota)?

A assessoria de Everaldo Eguchi (Patriota) enviou um vídeo – gravado pelo delegado – em que ele confirma a operação. Nas palavras de Eguchi: “Eu fui à Polícia Federal, minha instituição, esclareci tudo o que me solicitaram, confio muito na Polícia Federal, no trabalho da Polícia Federal, no Ministério Público Federal e na Justiça Federal. Estou e estarei sempre à disposição. Tenho certeza que a verdade sempre vai aparecer e vão verificar que eu não tenho nada com o que existe no inquérito. Esse é o preço a se pagar por brigar contra os poderosos”. 

Tião Viana exonera ex-assessor de Renan Calheiros

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), exonerou nesta terça-feira o ex-assessor parlamentar Carlos Rudiney Arguelho Mattos que desde março de 2005 assessorava como fotógrafo o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Rudiney foi preso nesta terça-feira pela PF (Polícia Federal) na Operação Sete Erros, que investigava contrabando na Feira dos Importados de Brasília, conhecida como Feira Paraguai.

Rudiney e outros 16 suspeitos de contrabando tiveram mandados de prisão expedidos nesta terça-feira. De acordo com investigações preliminares da PF, o ex-assessor parlamentar utilizava os recursos referentes à verba de gabinete dos deputados Joaquim Beltrão (PMDB-AL) e Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan, para comprar os produtos.

Segundo as investigações, o ex-assessor usava o dinheiro para comprar computadores portáteis para revendê-los no Distrito Federal e em outras regiões do país. Em um dos flagrantes, Rudiney foi encontrado tentando enviar dez computadores para Macapá (AP) via Correios.

Os deputados Olavo e Beltrão negaram, via assessoria, que Rudiney trabalhasse para eles. Também negaram que ele fosse lotado nos gabinetes em Brasília e em Maceió.

Em nota divulgada à imprensa, a assessoria da presidência do Senado afirma que “Tião Viana determinou nesta terça-feira a exoneração imediata do assistente parlamentar Carlos Rudiney Arguelho Mattoso, preso pela Polícia Federal sob suspeita de envolvimento em atividades de contrabando na Feira dos Importados de Brasília”.

“Lotado na diretoria-geral da Casa desde 2 de março de 2005, o ex-servidor prestava serviços como fotógrafo na Presidência do Senado”, diz a nota.

Operação Sol Nascente: empresário paraibano foragido é preso pela PF durante show em São Paulo

Homem estava foragido desde quando a Operação ‘Sol Nascente’ foi deflagrada, em novembro deste ano. Ele é suspeito de participar de esquema de tráfico interestadual de drogas.

A Polícia Federal prendeu na noite deste sábado (17) um empresário paraibano, em São Paulo, no âmbito da Operação Sol Nascente. O homem estava foragido e foi encontrado em um show do cantor Wesley Safadão, onde foi abordado e preso.

(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que a prisão teria sido realizada durante um show em um navio. A informação foi repassada pela Polícia Federal, que depois retificou. O erro foi corrigido às 19h26)

De acordo com a Polícia Federal, o homem era um dos alvos da Operação Sol Nascente, deflagrada em novembro deste ano na Paraíba e em outros 4 estados, contra um grupo envolvido com tráfico de drogas.

O suspeito preso, segundo a PF, atua como traficante de drogas ligado a um dos principais líderes da organização. A investigação da Polícia Federal apurou que o investigado teria transacionado imóvel com recursos ilícitos, e também usado sua conta bancária para movimentar valores do tráfico de drogas.

Em suas redes sociais, o investigado mostrava registros de uma vida de alto padrão, com carros importados, lanchas, aviões, etc. Segundo a PF, ele não possuía renda suficiente para tal.

Ainda de acordo com a PF, o homem foi encaminhado para o sistema penal de São Paulo, onde aguarda audiência de custódia. A identificação do empresário não foi divulgada.

Entenda o caso

A Operação Sol Nascente cumpriu 53 mandados, expedidos pelo Juízo da Vara de Entorpecentes de Campina Grande, no Agreste paraibano, nos estados da Paraíba, Amazonas, Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Norte.

Dentre o total de mandados, são 23 mandados de prisão, 30 de busca e apreensão e também foi decretado o bloqueio de mais de 170 contas.

Com relação ao tráfico de drogas, a operação identificou ao menos três grupos que atuavam no fornecimento de maconha (skunk), ecstasy e cocaína para outros traficantes de drogas, principalmente localizados na Paraíba.

A Polícia Federal observou que mais de R$ 500 milhões foram movimentados no período investigado e que parte destes valores estavam sendo lavados através da utilização de empresas com atuação em vários ramos. As contas bancárias utilizadas no esquema e o patrimônio identificado foram bloqueados por determinação judicial.

Os investigados deverão responder pelos crimes de tráfico interestadual de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas somadas ultrapassam 20 anos de reclusão.

A operação foi denominada de “Sol Nascente”, em virtude de a principal praça de venda de drogas investigada na operação ser João Pessoa. A ação também contou com apoio da Polícia Militar.

Ex-juiz flagrado dirigindo Porsche de Eike Batista é condenado em segunda instância por peculato e fraude processual

Segundo o MPF, Flávio Roberto de Souza se apropriou de parte do dinheiro do empresário que havia sido apreendido por ordem dele próprio

O juiz Flavio Roberto de Souza e o Porsche de Eike Batista — Foto: Reprodução GloboNews

O juiz Flavio Roberto de Souza e o Porsche de Eike Batista 

O ex-juiz federal Flávio Roberto de Souza – que em 2015 flagrado dirigindo um Porsche do empresário Eike Batista que havia sido apreendido por ordem dele próprio – foi condenado, em segunda instância, a 7 anos de prisão pelo crime de peculato e a 1 ano por fraude processual. Ele poderá recorrer em liberdade.

A decisão é da 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, e foi publicada na quinta-feira (15).

Os desembargadores mantiveram a sentença de primeira instância, dada em 2017 pelo juiz Marcelo Bretas, que também determinou a perda do cargo de juiz de Flávio Roberto.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, em 2015, quando era juiz titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, Flávio Roberto manteve custódia ilegal de dinheiro apreendido em um processo que corria naquele Juízo contra o empresário Eike Batista e se apropriou de parte desses valores.

Por ordem de Flávio Roberto, a Polícia Federal apreendeu com Eike Batista R$ 90 mil, 2.750 libras esterlinas e 5.442 dólares em espécie, além de um piano e um Porsche. Por ordem de Flávio, o dinheiro foi guardado na sala dele na 3ª Vara Federal Criminal. O piano e o veículo foram armazenados no condomínio residencial do então magistrado.

Uma fiscalização da Corregedoria do TRF-2 detectou a falta de R$ 27 mil, além das libras, dos euros e dos dólares. A correição foi determinada após o jornal ‘Extra’ ter fotografado Flávio Roberto chegando ao prédio da Justiça Federal dirigindo o Porsche de Eike.

Após a correição, diz o MPF, Flávio Roberto entrou em sua sala, que havia sido lacrada, e devolveu parte do dinheiro que tinha desaparecido, afim de ocultar o crime de peculato. A denúncia afirma que, ao final, ficaram faltando R$ 24 mil e 442 dólares.

 

Wilson Witzel responde a pelo menos três inquéritos da operação Placebo da Polícia Federal

Durante a pandemia, os contratos do governo do Rio de Janeiro já somariam mais de um R$ 1 bilhão entre a aquisição de equipamentos e montagem de sete hospitais de campanha. De acordo com a ação que motivou a operação Placebo da Polícia Federal, Witzel fez um contrato emergencial com a organização social IABAS no valor de R$ 835 milhões, sendo que R$ 216 já foram pagos.

 

Auditor da Receita é preso na Operação Esfinge

A Polícia Federal (PF) prendeu, em Brasília, por meio da Operação Esfinge, o ex-coordenador-geral de Fiscalização da Receita Federal Marcelo Fisch e a mulher dele, Mariangela Menezes, indiciados e denunciados por crimes de corrupção passiva e ativa/ a PF também cumpriu seis mandados de busca e apreensão em endereços dos integrantes do grupo criminoso em São Paulo e Brasília; a operação investiga fraudes de mais de R$ 6 bilhões em contratos de licitações; estima-se que o grupo movimentou mais de R$ 70 milhões em propinas

www.brasil247.com - A Polícia Federal (PF) prendeu, em Brasília, por meio da Operação Esfinge, o ex-coordenador-geral de Fiscalização da Receita Federal Marcelo Fisch e a mulher dele, Mariangela Menezes, indiciados e denunciados por crimes de corrupção passiva e ativa/ a PF também cumpriu seis mandados de busca e apreensão em endereços dos integrantes do grupo criminoso em São Paulo e Brasília; a operação investiga fraudes de mais de R$ 6 bilhões em contratos de licitações; estima-se que o grupo movimentou mais de R$ 70 milhões em propinas

Cerca de 30 policiais federais e 12 servidores da Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda participaram da ação, em conjunto com o Ministério da Fazenda e o Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com as investigações, a organização criminosa praticou fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro, no Rio de Janeiro.

 

Lira segue em disputa amparado por decisão de quatro anos atrás

Presidente da Câmara conseguiu, em 2018, suspender efeito de condenação e caso está desde 2020 no STJ sem conclusão

Lira segue em disputa amparado por decisão de quatro anos atrás
Arthur Lira

Condenado pela Justiça de Alagoas em decorrência da Operação Taturana, da Polícia Federal, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos deputados, deve disputar a eleição 2022 amparado em uma decisão provisória que obteve em 2018 e que está de pé há mais de quatro anos sem que a Justiça se posicione sobre a questão.

De acordo com o estabelecido pela lei de ilegibilidade, julgamento desse tipo de caso deve ser prioritário, mas, desde o final de 2020, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisa, sem conclusão, um recurso especial apresentado pelo deputado.

O então presidente da Câmara foi deputado estadual de 1999 a 2010, mesmo quando condenado por pagar empréstimos pessoais com recursos de verba de gabinete e utilizar cheques emitidos da conta da Assembleia para garantir financiamentos também pessoais.

A matéria  lembra que a acusação apresentada pelo Ministério Público trazia ainda outras suspeitas, como movimentação financeira atípica de R$ 9,5 milhões (em valores não corrigidos) e desconto na boca do caixa de cheques emitidos pela Assembleia em favor de servidores fantasmas e laranjas.

No ano de 2016, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) confirmou a condenação do então já deputado federal por improbidade administrativa, o que incluía determinação de ressarcimento de R$ 183 mil aos cofres públicos (em valores da época) e a suspensão dos direitos políticos por dez anos.

Anos depois, porém, o desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas Celyrio Adamastor Tenório Accioly liberou a candidatura de Lira à reeleição ao conceder efeito suspensivo a um recurso especial apresentado pelo deputado.

O argumento do magistrado foi o de que o parlamentar poderia sofrer “danos irreparáveis” caso fosse impedido de participar das eleições antes do julgamento final de seus recursos.

O Ministério Público recorreu, mas o STJ à época rejeitou rever a medida do desembargador. Lira foi reeleito e, em 2020, coordenou o apoio do centrão a Jair Bolsonaro (PL) no Congresso, conseguindo se eleger presidente da Câmara em fevereiro de 2021.

 

Lava Jato cumpre a 38ª fase e mira operadores ligados ao PMDB

38ª fase teve 16 mandados de busca e dois de prisão expedidos.
Operadores Jorge Luz e o filho dele Bruno Luz estão nos EUA.

Os operadores financeiros Jorge Luz e o filho dele Bruno Luz, ligados ao PMDB, são alvo da 38ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF), no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (23). Os mandados expedidos contra eles são de prisão preventiva. A PF informou que os dois estão nos Estados Unidos e já estão na lista de procurados da Interpol, a chamada Difusão Vermelha.

A operação foi batizada de Blackout e também teve 16 mandados de busca e apreensão expedidos. Inicialmente, a PF havia dito que seriam 15 mandados. No entanto, em entrevista coletiva, os delegados anunciaram que foram cumpridas 16 ordens.

Em nota, a assessoria de imprensa do presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que os envolvidos desta operação não tem relação com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB.

De acordo com as investigações, os operadores foram identificados como facilitadores na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes das diretorias da Petrobras. A dupla também é suspeita de utilizar contas no exterior para fazer repasse de propinas a agentes públicos, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

Pai e filho são investigados pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro dentre outros, ainda de acordo com a PF.

Os mandados protocolados pela força-tarefa tiveram como base principal os depoimentos de colaborações premiadas reforçados pela apresentação de informações documentais, além de provas levantadas por intermédio de cooperação jurídica internacional.

 

“Entre os contratos da diretoria Internacional, os alvos são suspeitos de intermediar propinas na compra dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000; na operação do navio sonda Vitoria 10.000 e na venda, pela Petrobras, da Transener para a empresa Eletroengenharia”, disse o MPF.

Para realização dos pagamentos de propina de forma dissimulada, a dupla utilizava contas de empresas offshores na Suiça e nas Bahamas, ainda de acordo com o MPF.

“As prisões foram decretadas para garantia de ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, tendo em conta a notícia que os investigados se evadiram recentemente para o exterior, possuindo inclusive dupla nacionalidade”, disse o procurador Diogo Castor de Mattos.

Ao autorizar a 38ª fase, segundo o MPF, o juiz federal Sérgio Moro destacou que o caráter serial dos crimes, com intermediação reiterada de pagamento de vantagem indevida a diversos agentes públicos é indicativo de atuação criminal profissional.

Cerveró diz que recebeu propina através de Jorge Luz
Em seu primeiro depoimento na condição de delator da Lava Jato, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou ao juiz Sérgio Moro que o senador Renan Calheiros, do PMDB, recebeu propina de dinheiro desviado da Petrobras através de Jorge Luz.

“O Jorge Luz era um operador dos muitos que atuam na Petrobras. Eu conheci o Jorge Luz, inclusive nós trabalhamos, também faz parte de uma propina que eu recebi, que faz parte da minha colaboração na Argentina. E foi o operador que pagou os US$ 6 milhões, da comissão. Da propina da sonda Petrobras 10.000, foi o Jorge Luz encarregado de pagar ao senador Renan Calheiros…”, disse Cerveró.

Em nota, a assessoria de Renan Calheiros disse que ele nega irregularidade.

“O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) reafirma que a chance de se encontrar qualquer irregularidade em suas contas pessoais ou eleitorais é igual a zero. O senador reitera ainda que todas as suas relações com empresas, diretores ou outros investigados não ultrapassaram os limites institucionais. Embora conheça a pessoa mencionada no noticiário, não o vê há 25 anos e que não possui nenhum operador”, diz a nota.

O nome da operação
Conforme a  PF, o nome da operação é uma referência ao sobrenome dos dois operadores.

“A simbologia do nome tem por objetivo demonstrar a interrupção definitiva  da atuação destes investigados como representantes deste poderoso esquema de corrupção”, disse a PF. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

37ª fase
A penúltima fase da operação foi batizada de Calicute prendeu o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral sob a suspeita de receber milhões em propina para fechar contratos públicos. A operação foi uma ação coordenada entre as forças-tarefa da Lava Jato do Rio e do Paraná. Foram cumpridos vários mandados judiciais expedidos pela 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro e pela 13ª Vara da Justiça do Paraná.

O ex-governador já teve três pedidos de prisão preventiva cumpridos contra ele e segue no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde estão os outros presos das operações Calicute e Eficiência.

Réus da Operação Panatenaico serão julgados na Justiça Eleitoral

TRF mandou para a Justiça Eleitoral o processo de Agnelo e Tadeu Filippelli, acusados de superfaturar obras do Estádio Nacional 

Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli

A 4ª Turma do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região decidiu que o foro adequado para julgar os réus da Operação Panatenaico é a Justiça Elelitoral. A decisão beneficia o ex-governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e o vice de Agnelo, Tadeu Filippelli (MDB), acusados de associação criminosa, corrupção ativa, passiva, fraude em licitação e lavagem de dinheiro. Deflagrada pela Polícia Federal, as investigações revelaram um superfaturamento de R$ 559 milhões nas obras do Estádio Nacional Mané Garrincha.

A investigação da Polícia Federal apontou que os réus teriam recebido dinheiro por meio de doação de campanha para favorecer empresários na licitação das obras. O também ex-governador José Roberto Arruda está entre os réus. A corporação deflagrou a operação depois da delação de dirigentes da empreiteira Andrade Gutierrez.

O habeas corpus que resultou na mudança da competência jurídica do caso foi impetrado pelos advogados Alexandre Queiroz, Camila Ramos e Oberdan Costa, que representam Tadeu Filippelli. Eles argumentaram que a acusação narrou fatos que, segundo consta na decisão, “conformariam ilícitos eleitorais e que, assim, a competência para processar e julgar o feito seria da Justiça Eleitoral, e não da Justiça Federal”.

Apesar da mudança, que dá tempo aos acusados e às defesas, a turma manteve atos decisórios, como o bloqueio de bens, por exemplo. Os autos serão encaminhados para a Justiça Eleitoral. Em um trecho da decisão, o desembargador Neviton de Oliveira Batista Guedes citou diversos trechos da acusação que confirmam a prática de crime eleitoral e destacou que, a denúncia, de forma textual e expressa, afirma que o paciente [Tadeu Filippelli] teria solicitado doação à campanha eleitoral em favor do PMDB, a título de propina”.

O advogado Alexandre vieira comentou a decisão. “Discutímos a incompetência da Justiça Federal. A descrição é de crime eleitoral. [Os magistrados] mandaram remeter os autos à Justiça Eleitoral. Vai recomeçar [a tramitar] tudo perante a Justiça especializada. O MP deve analisar para ver se ratifica, o juiz vai decidir se fica lá ou se volta para a [Justiça] federal. Eles entenderam que não teriam que anular os atos decisórios, bloqueio de bens, mas vai pra lá pra reiniciar”, afirmou.