PF investiga Delegado Eguchi que concorreu à prefeitura de Belém com apoio de Bolsonaro

Eguchi é investigado por violação de sigilo funcional em operação contra mineração ilegal

Nesta quarta-feira (14), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação de busca e apreensão na casa do delegado da polícia federal e ex-candidato à prefeitura de Belém, Everaldo Eguchi (Patriota). Em razão da operação, a Justiça Federal ordenou o afastamento do delegado de suas funções, e teve manifestação favorável ao pedido pelo Ministério Público Federal (MPF).

Bolsonarista e apoiado durante a candidatura à prefeitura da capital paranaense em 2020 pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o delegado afastado é o alvo da “Operação Mapinguari”, que investiga o vazamento de informações da operação por parte de um servidor público da própria Polícia Federal. O servidor foi identificado e afastado.

Além dele, a operação tem como alvo seis empresários ligados à exploração ilegal de manganês, em Marabá, no sudeste do Pará. Os investigadores acharam na operação uma mala com pacotes de dinheiro.

A violação de sigilo funcional é crime previsto no artigo 325 do Código Penal Brasileiro e se caracteriza como um crime subsidiário praticado por funcionário público, que revela fato que deveria permanecer em sigilo, em razão do cargo que ocupa. 

Proteção de grileiro

A informação da busca na casa do ex-candidato de Jair Bolsonaro, no Pará, foi confirmada tanto pela assessoria do delegado quanto pela Polícia Federal. Segunda a PF, a investigação do vazamento existe desde 2018.

O ato de vazar informações trouxe prejuízos para investigação, uma vez que um dos investigados teve conhecimento antecipado da ação policial e isso fez com que alguns alvos não fossem encontrados no dia da operação.

Além do crime de violação de sigilo funcional são investigados também os de: corrupção passiva, ativa e associação criminosa, com penas previstas superiores a 20 anos de reclusão. A operação está cumprindo oito mandados de busca e apreensão, expedidos em Belém, Marabá, Parauapebas e no estado de Goiás.

O que diz Everaldo Eguchi (Patriota)?

A assessoria de Everaldo Eguchi (Patriota) enviou um vídeo – gravado pelo delegado – em que ele confirma a operação. Nas palavras de Eguchi: “Eu fui à Polícia Federal, minha instituição, esclareci tudo o que me solicitaram, confio muito na Polícia Federal, no trabalho da Polícia Federal, no Ministério Público Federal e na Justiça Federal. Estou e estarei sempre à disposição. Tenho certeza que a verdade sempre vai aparecer e vão verificar que eu não tenho nada com o que existe no inquérito. Esse é o preço a se pagar por brigar contra os poderosos”. 

Pastor bolsonarista é preso no RJ suspeito de participar de atos de vandalismo no DF

Atilla Mello, que se apresenta como pastor e “patriota”, foi preso na noite desta quarta-feira (28), em São Gonçalo no Rio de Janeiro pela PF (Polícia Federal), suspeito de participar dos atos de vandalismo em Brasília no último dia 12.

Na ocasião, apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram invadir um prédio da PF e acabaram incendiando carros e ônibus.

Segundo o portal G1, a reportagem da TV Globo descobriu que Atilla estava em Brasília no dia 12 e, antes, passou dias no acampamento golpista em frente ao Comando Militar do Leste, no Centro do Rio.

A prisão do pastor foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo a Polícia Federal, “o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo”.

Dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, são os crimes investigados, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.

Ainda na manhã desta quinta-feira (29) a PF cumpre mais de 30 mandados, contando prisões e buscas e apreensões nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

Os ataques à sede da PF e a veículos estacionados nas ruas do entorno do prédio ocorreram naquela noite do dia 12 de dezembro após a prisão do indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante.

Segundo o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.

Ainda segundo a PF, a investigação teve início na corporação, em conjunto com a Polícia Civil do DF, que apurou os ataques de vandalismo na capital. Por declínio de competência, os inquéritos foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Ex-ministro da Saúde de Bolsonaro prestigia posse de Nísia Trindade

O médico Nelson Teich comandou o Ministério da Saúde de Bolsonaro por pouco menos de um mês e saiu após divergências com o então presidente

O ex-ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro (PL) Nelson Teich prestigiou, nesta segunda-feira (2/1), a posse da ministra escolhida para comandar a pasta na gestão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a socióloga Nísia Trindade. A cerimônia ocorreu pela manhã, na sede do ministério.

Teich foi ministro de Bolsonaro por menos de um mês. O médico deixou o comando da pasta após divergências com o então chefe do Executivo sobre as medidas de enfrentamento da pandemia da Covid-19. Antes de Teich, a pasta era gerida por Luiz Henrique Mandetta.

Em seguida, o ministério foi assumido por Eduardo Pazuello, que foi cortado por pressão política dos partidos do Centrão alinhados ao então governo. Coube ao médico Marcelo Queiroga chefiar a pasta nos últimos meses do governo Bolsonaro.

Trajetória

Nísia Trindade é graduada em ciências sociais com doutorado em sociologia, e atua como pesquisadora da Fiocruz desde 1987, tendo ocupado cargos-chave dentro da fundação, como o posto de diretora da Casa de Oswaldo Cruz (1998-2005), unidade da Fiocruz, e vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz (2011-2016).

Em 2017, chegou à presidência da instituição. Teve papel fundamental durante o enfrentamento da pandemia da Covid-19. Na ocasião, Nísia liderou a criação de um novo Centro Hospitalar no campus de Manguinhos (RJ), além de ter gerido o aumento da produção de kits para diagnóstico rápido da doença e processamento célere dos resultados das testagens.

Ainda no âmbito da crise sanitária, a pesquisadora coordenou o acordo da Fiocruz de encomenda tecnológica. Em parceria com a AstraZeneca, a fundação se tornou a primeira no Brasil a produzir uma vacina contra a Covid 100% nacional, tendo fornecido ao Ministério da Saúde mais de 200 milhões de doses.

O desempenho durante a pandemia levou Nísia a ser reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao ser anunciada por Lula como ministra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, parabenizou a presidente da Fiocruz.

“Parabéns, minha amiga Dra. Nísia Trindade, pela sua nomeação para Ministra da Saúde no Brasil, e a primeira mulher nesse cargo. Tudo de bom e estou ansioso para trabalhar juntos nos próximos anos para avançar”

Lira segue em disputa amparado por decisão de quatro anos atrás

Presidente da Câmara conseguiu, em 2018, suspender efeito de condenação e caso está desde 2020 no STJ sem conclusão

Lira segue em disputa amparado por decisão de quatro anos atrás
Arthur Lira

Condenado pela Justiça de Alagoas em decorrência da Operação Taturana, da Polícia Federal, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos deputados, deve disputar a eleição 2022 amparado em uma decisão provisória que obteve em 2018 e que está de pé há mais de quatro anos sem que a Justiça se posicione sobre a questão.

De acordo com o estabelecido pela lei de ilegibilidade, julgamento desse tipo de caso deve ser prioritário, mas, desde o final de 2020, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisa, sem conclusão, um recurso especial apresentado pelo deputado.

O então presidente da Câmara foi deputado estadual de 1999 a 2010, mesmo quando condenado por pagar empréstimos pessoais com recursos de verba de gabinete e utilizar cheques emitidos da conta da Assembleia para garantir financiamentos também pessoais.

A matéria  lembra que a acusação apresentada pelo Ministério Público trazia ainda outras suspeitas, como movimentação financeira atípica de R$ 9,5 milhões (em valores não corrigidos) e desconto na boca do caixa de cheques emitidos pela Assembleia em favor de servidores fantasmas e laranjas.

No ano de 2016, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) confirmou a condenação do então já deputado federal por improbidade administrativa, o que incluía determinação de ressarcimento de R$ 183 mil aos cofres públicos (em valores da época) e a suspensão dos direitos políticos por dez anos.

Anos depois, porém, o desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas Celyrio Adamastor Tenório Accioly liberou a candidatura de Lira à reeleição ao conceder efeito suspensivo a um recurso especial apresentado pelo deputado.

O argumento do magistrado foi o de que o parlamentar poderia sofrer “danos irreparáveis” caso fosse impedido de participar das eleições antes do julgamento final de seus recursos.

O Ministério Público recorreu, mas o STJ à época rejeitou rever a medida do desembargador. Lira foi reeleito e, em 2020, coordenou o apoio do centrão a Jair Bolsonaro (PL) no Congresso, conseguindo se eleger presidente da Câmara em fevereiro de 2021.

 

Empresário bolsonarista é alvo de operação por dívida de R$ 9 milhões

O empresário bolsonarista Alessander Lenzi, ex-campeão mundial de jet ski, foi alvo de uma operação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) nesta sexta-feira (28/1), suspeito de não ter declarado R$ 9,1 milhões de imposto de renda entre 2002 e 2006. A mansão de Lenzi em Balneário Piçarras (SC) foi alvo de apreensão de bens, incluindo carros de luxo e joias.

Segundo a PGFN, Lenzi faz uma “blindagem patrimonial” e “omissão de renda” para não declarar impostos ou pagar dívidas ao governo federal. Para isso, de acordo com as investigações, o empresário movimenta dinheiro por meio de laranjas.

Em 2019, Lenzi declarou apenas R$ 43,7 mil no imposto de renda. No ano seguinte, R$ 43,8 mil. Contudo, nas redes sociais ele aparece em carros de luxo, helicóptero e avião, em situações pessoais e profissionais.

Em 2020, a companheira de Lenzi, Ingrid Lenzi, não declarou rendimentos à Receita Federal, mas movimentou R$ 691 mil, o que chamou a atenção da PGFN. Outra pessoa suspeita de ser laranja de Lenzi é o empresário brasiliense Carlos Alberto Taurisano, sócio de empresas do grupo Disbrave, e o empresário esloveno Roman Kastigar.

Alessander Lenzi foi à Avenida Paulista no último 7 de Setembro, quando Jair Bolsonaro fez falas de teor golpista. No início dos anos 2000, Lenzi foi campeão mundial de jet ski e posou para a extinta revista G Magazine, de nudez masculina. Ele é pai da modelo Gabriella Lenzi, que teve um relacionamento com o jogador Neymar em 2014.

Igreja Universal não quer Lula e, mesmo com crítica, apoiará Bolsonaro

A cúpula da Igreja Universal, em que pese a avaliação negativa sobre Jair Bolsonaro, ainda considera o presidente o melhor candidato para a eleição de outubro — ao menos na comparação com Lula.

Na igreja, a avaliação é que a volta do PT ao poder, não necessariamente Lula, não é boa para os evangélicos. O partido é visto como progressista e com posturas e quadros que confrontam os valores cristãos.

Entretanto, há uma crescente insatisfação na cúpula da Universal em relação a Bolsonaro. A avaliação de Edir Macedo e dos principais pastores é que Bolsonaro é “mais preocupado com os filhos do que o povo” – nas palavras de um integrante da cúpula da igreja.

Operação Placebo ‘fragiliza’ a Polícia Federal, avalia ex-AGU

Para Fábio Osório, a operação que corre em paralelo à investigação sobre suposta interferência política do presidente Bolsonaro não é boa para a instituição

Em entrevista à CNN na tarde desta terça-feira (26), Fábio Medina Osório, ex-advogado-geral da União, avaliou a busca e apreensão da Polícia Federal na residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e na casa onde ele morava antes de ser eleito, no bairro do Grajaú. A Operação Placebo investiga desvio de dinheiro público da saúde durante a pandemia do novo coronavírus.

Na visão de Osório, a operação que ocorre em meio à investigação sobre uma suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na PF, por um lado, “fragiliza” a própria instituição.

Isso porque, segundo ele, os advogados dos investigados, no caso dos governadores, principalmente os adversários políticos do presidente Bolsonaro, entendem que possa haver interferência política na instituição, desvio de finalidades, desvio de poder, abuso de autoridade e, nas investigações, probidade de fiscalizadores para perseguir esses adversários, e isso não é bom. 

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“Acaba suscitando muita desconfiança da sociedade e fragilizando uma instituição que é um dos pilares do estado democrático de direito cuja autonomia deve ser fortalecida pela Constituição de 88 e governantes”, afirmou.

Em um pronunciamento realizado hoje, Witzel se defendeu a respeito da investigação e disse que é vítima de “perseguição política” e afirmou que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) deveria estar preso.

O senador e filho do presidente Bolsonaro respondeu em live às acusações do governador fluminense. “Sua própria Polícia Civil do estado Rio de Janeiro iniciou uma investigação e no meio do caminho encontrou você”, declarou Flávio, afirmando que a PF só se envolveu na questão graças ao foro privilegiado do político do PSC.