Prisão de secretário de Itamaracá se baseou em auditoria do TCE

A procuradora geral do Ministério Público de Contas (MPCO), Germana Laureano, juntamente com os auditores do TCE, Rodrigo Arruda e Alexandre Brainer, da Gerência de Auditorias de Processos Licitatórios e Tecnologia da Informação, participaram, na última quinta-feira (14), de uma entrevista coletiva na sede da Secretaria de Defesa Social para divulgar os detalhes da Operação Pasárgada, deflagrada na terça-feira (12) pela Polícia Civil de Pernambuco em Itamaracá e que resultou na prisão do secretário de Finanças do município, Erival José Salgueiral da Silva Júnior.

A operação, chefiada pela equipe do Departamento de Combate à Corrupção e Organização Criminosa (Draco) teve como objetivo desarticular uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de peculato, associação criminosa e fraude à licitação, que teria causado um prejuízo aos cofres públicos estimado em 185 mil reais.

A investigação da Polícia Civil se baseou nos resultados de uma auditoria especial do TCE (processo n. 1854817-9), sob a relatoria do conselheiro Carlos Neves. O relatório do TCE apontou várias irregularidades praticadas por um grupo de funcionários públicos de Itamaracá, chefiada pelo secretário de Finanças do município. Além da prisão de Erival Silva, a Polícia Civil também expediu outros 11 mandados de prisão, tendo sido cumpridos dez deles.

De acordo com o auditor Alexandre Brainer, o Tribunal de Contas fez uma análise nas movimentações bancárias do município encontrando, a partir do cruzamento de informações, indícios de irregularidades. “Nós detectamos várias situações de pagamentos suspeitos, a exemplo de pagamento de suprimento de fundos para uma pessoa que nem é servidor da prefeitura de Itamaracá e pagamento por serviços que não foram realizados. Isso gerou uma série de subsídios que corroboravam com o que estava sendo investigado”, afirmou Brainer. Ele explicou também que a auditoria que embasou a Operação Pasárgada está em fase de julgamento e deverá servir de subsídios para outros processos.

Por sua vez, o auditor Rodrigo Arruda ressaltou a repercussão penal do trabalho e falou ainda do ineditismo da auditoria que resultou na Operação Pasárgada. “Trata-se de uma auditoria de dados com uma metodologia que a gente nunca havia utilizado”, disse ele.

DISPENSA DE LICITAÇÃO – As investigações da Polícia Civil começaram em fevereiro deste ano. Os crimes aconteciam na contratação de serviços simples e baixo custo, que tinham a licitação dispensada, como manutenção na área de informática ou palestras motivacionais, ou ainda revisão na folha de pagamento. A quadrilha atuava também com a emissão de diversas notas de empenho em valores pequenos, com a dispensa de licitação e sem a execução dos serviços contratados.

A diretora do Draco, delegada Sylvana Lellis, chamou a atenção para os bons resultados decorrentes da ação conjunta em Pernambuco, de instituições de combate ao crime organizado: “Essa parceria entre TCE, Ministério Público de Contas, Gaeco e Draco tem sido espetacular, porque a gente consegue complementar informações importantes, saímos das ilhas e agora temos uma força de Estado junta e plural para melhorar o trabalho”, afirmou.

O MPCO encaminhou as informações da auditoria ao Ministério Público Estadual que já tinha iniciado a atuação em conjunto com a Polícia no caso. A importância da parceria entre as instituições também foi reforçada pela procuradora geral do MPCO. “O que existia até bem pouco tempo era a atuação isolada de cada uma dessas instituições”, afirmou Germana Laureano. “Com isso, em alguns momentos o mesmo fato era investigado várias vezes sob vieses diversos, sem o devido compartilhamento entre essas entidades das informações relevantes. Hoje, com a atuação conjunta, as instituições de combate à corrupção se retroalimentam com os dados compartilhados”, afirmou.

Também participaram da entrevista o delegado titular da Diretoria Integrada Especializada (Diresp), Jean Rockfeller; a delegada responsável pelo caso, Isabela Veras Porpino; a delegada Viviane Santa Cruz, e o procurador do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), George Pessoa.

RÉUS DA OPERAÇÃO PERSONA SÃO DENUNCIADOS POR FORMAÇÃO DE QUADRILHA

O juiz Luiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira, da 4ª Vara Criminal Federal, aceitou o pedido do Ministério Público Federal de aditamento à denúncia na “Operação Persona”, para acrescentar a prática do crime de formação de quadrilha (art. 288 do Código Penal) em relação aos réus Carlos Roberto Carnevali, Moacyr Alves Sampaio, José Roberto Pernomian Rodrigues, Hélio Bennetti Pedreira, Fernando Machado Grecco, Marcelo Naoki Ikeda, Marcílio Palhares Lemos, Reinaldo de Paiva Grillo, Gustavo Henrique Castellari Procópio, Everaldo Batista Silva e Leandro Marques da Silva. Além de responderem pelo crime de formação de quadrilha, eles respondem também por descaminho (art. 334) e uso de documento falso (arts. 304 e 299 do Código Penal).

O MPF requereu, ainda, a inclusão de Fabio Carvalho na denúncia oferecida com incurso nas sanções do artigo 334 combinado com o artigo 288 do Código Penal. O juiz também aceitou o requerimento.

Os interrogatórios dos réus acontecem de hoje (5/12) até sexta-feira (7/12) no Fórum Criminal Federal (Alameda Ministro Rocha Azevedo, 25). (VPA)

Quem são os advogados presos em SC por suspeita de envolvimento com facção criminosa

A operação “Sintonia”, que cumpriu mandados contra suspeitos de integrarem uma facção criminosa em Santa Catarina, teve como parte dos alvos dois advogados, como antecipou a coluna em 11 de outubro, no dia das buscas feitas pela Deic, da Polícia Civil. Um deles, Hedpo Alan de Souza, foi detido ainda no dia 11. Já o segundo, Jonathan Santos Profeta, foi capturado na última sexta-feira (21).

Operação Voto Livre busca 22 pessoas ligadas a milícia do Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO – A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (29) a Operação Voto Livre para prender 22 duas pessoas ligadas à milícia Liga da Justiça por crimes eleitorais. Entre os presos está a filha do vereador Jerominho (PMDB), Carmen Glória Guimarães, a Carminha. As prisões foram pedidas pelo Ministério Público Eleitoral ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Eles foram indiciados por formação de quadrilha armada, tentativa de homicídio e formação de curral eleitoral, crime previsto no Artigo 301 do Código Eleitoral. O irmão de Carminha, Luciano Guimarães, que já é procurado pela Polícia Civil, agora também passa a ser alvo da PF.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Rio, delegado Valtinho Caetano, até o final da manhã já haviam sido presos 11 suspeitos. Todos devem seguir ainda hoje para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, a bordo de um avião da PF.

Entre os 22 indiciados, 13 são policiais militares. O delegado afirmou que Carminha foi presa porque estava se beneficiando da influência da milícia sobre eleitores, principalmente na zona oeste da cidade, nas Favelas do Batan, Barbante e Carobinha. A PF investiga duas tentativas de homicídio contra pessoas que se negaram a ceder espaços para colocar cartazes da candidata em seus imóveis e outras que tiveram de deixar suas casas por não a apoiarem.

Entre os presos, está um comerciante de gás que forçava a venda do produto por um preço superior ao praticado no mercado a fim de gerar recursos para a campanha de Carminha, segundo o delegado Valtinho Caetano.

Marcos Vitor, estudante de medicina condenado por estuprar irmã e prima em Teresina, é preso

Foragido há mais de um ano, Marcos Vitor Aguiar Dantas foi identificado e preso na Argentina, onde estava morando com nova identidade

A Polícia Civil do Piauí, com apoio da Interpol, prendeu o estudante de medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas, condenado pelo crime de estupro de vulnerável e que estava foragido há mais de um ano. A prisão aconteceu em Mar del Plata, na Argentina.

Marcos Vitor, então estudante de medicina, foi indiciado e condenado em processo criminal da comarca de Teresina por estuprar sua própria irmã e uma prima, ambas menores de idade. A investigação foi presidida pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), que identificou as vítimas, colheu os elementos informativos necessários e representou pela prisão do investigado.

Marcos Vitor Aguiar Dantas, estudante de Medicina condenado por estupro de vulnerável (Foto: Divulgação/SSP)

As informações colhidas pela Polícia Civil do Piauí apontavam para que Marcos Vitor estive residindo em Buenos Aires, na Argentina, com uma nova identidade.

“Recebemos informações através das redes sociais que ele estaria na Argentina, começamos a fazer os levantamentos de campo, as diligencias por meio das redes cibernéticas, através também da Polícia Federal Argentina, de representantes, tanto da Argentina como do Brasil da Interpol, e conseguimos efetuar a prisão desse indivíduo. Ele estava tentando se esconder da Justiça brasileira. Ele entrou na Argentina pelas fronteiras secas de forma ilegal”, disse o superintendente de Operações Integradas da SSP-PI, Matheus Zanatta, para a Rede Meio Norte.

Foram realizadas uma série de diligências de campo e em ambiente cibernético que resultaram na localização, confirmação de identidade e prisão do investigado.


Marcos Vitor, foragido há um ano, foi identificado e preso na Argentina (Foto: Divulgação / SSP)
Além da Polícia Civil do Piauí, também participaram das investigações o Cuerpo de Investigaciones Judiciales (CIJ) del Ministerio Público Fiscal de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires e à Polícia Federal Argentina.

O delegado Anchieta Nery disse ainda para a Rede Meio Norte que Marcos Vitor levava uma nova vida na Argentina, tendo até mesmo um local de trabalho, morando na área nobre da cidade e tendo uma nova identidade.

Além da Polícia Civil do Piauí, também participaram das investigações o Cuerpo de Investigaciones Judiciales (CIJ) del Ministerio Público Fiscal de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires e à Polícia Federal Argentina.

O delegado Anchieta Nery disse ainda para a Rede Meio Norte que Marcos Vitor levava uma nova vida na Argentina, tendo até mesmo um local de trabalho, morando na área nobre da cidade e tendo uma nova identidade.

“Ele agora estava com um local de trabalho e residindo na área nobre. Essas e outras informações que a gente tinha. A gente precisava confirmar que o Pedro Saldanha, era esse o nome que ele utilizava, realmente era o Marcos Vitor foragido de Teresina. E a gente tem uma série de técnicas em meios cibernéticos ou biológico. Recebemos um apoio fenomenal do Ministério Público de Buenos Aires, da Polícia Federal Brasileira e Argentina, todo mundo se envolvia diretamente ao conhecer o caso”, argumentou.

Por fim, Anchieta Nery relatou que o acusado foi registrado algumas vezes transitando tranquilamente pela cidade argentina, até que uma certa vez, percebendo movimentações da polícia, resolveu por fugir do local onde estava.

“Ele foi filmado passeando tranquilamente, filmado trabalhando […]. Até dezembro ele trabalhava como freela num barzinho bem chique da área nobre de Buenos Aires. Ele fez amizades e tinha uma vida tranquila, até que quando saiu a sua condenação ou por ter percebido alguma aproximação [da polícia] ele resolveu mudar de cidade”, ressaltou.

CONDENAÇÃO
A 5ª Vara Criminal de Teresina, através do juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, condenou o estudante de medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas, a 33 anos 8 meses e 7 dias de prisão em regime fechado pelo estupro de duas meninas, uma delas sua irmã.

Policia Civil deflagra ‘Operação Balaiada’ e prende sete pessoas em Caxias

A Polícia Civil do Estado do Maranhão através da Superintendência Estadual de Proteção a Homicídios (SHPP) e à Delegacias Regionais de Caxias e Timon, com apoio da Polícia Militar e Centro Tático Aéreo (CTA) deflagraram a “Operação Balaiada”. A ação ocorreu nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (30), no município de Caxias e Aldeias Altas/MA. A operação resultou na prisão de 5 policiais militares e duas outras pessoas.

A “Operação Balaiada” foi deflagrada por conta do cumprimento aos Mandados de Prisão Temporária e Busca e Apreensão expedidos pela Primeira Vara da Comarca de São Luís-MA. Foram presos temporariamente 5 Policiais Militares e duas outras pessoas, às quais são moradores do município de Aldeias Altas/MA. Eles foram identificados por
Raimundo Nonato Lima Chaves (Nonatão); Enedito Silva; Sergio Adriano Nunes; Valmara Mourão Carvalho e Evandro Oliveira Santos. Foram presos ainda os suspeitos identificados por Antônio Simião dos Santos (Toinho) e Cícero da Silva.
A prisão dos mesmos se deu pelo envolvimento como integrantes de grupos organizados, pelo cometimento de vários homicídios e outros delitos penais. Os crimes foram realizados na região de Caxias e Aldeias Altas/MA.
Os delegados da SHPP, Lúcio Rogério; Felipe César e Jeffrey Furtado envolvidos na operação continuarão com as investigações, no sentido de descobrir se há mais envolvidos na ação criminosa.

Após vídeo polêmico, Carlinhos Maia se irrita com evangélicos e manda recado

“Os “crentes” desejando um monte de coisa ruim”, escreveu o artista em um trecho do desabafo

O influenciador digital Luiz Carlos Ferreira dos Santos, mais conhecido como Carlinhos Maia não gostou de ter sido criticado por evangélicos após ter publicado um vídeo em que ri enquanto uma pastora faz uma oração com imposição de mãos sobre ele.

No vídeo, a mulher tenta derrubar o artista “no espírito”, mas ele acaba caindo na gargalhada. Ao publicar sobre o episódio, ele disse que não conseguiu se concentrar.

A cena rapidamente repercutiu nas redes sociais e evangélicos repudiaram tanto o artista quanto a própria pastora, que estaria se aproveitando do fato de Carlinhos Maia ser famoso para “aparecer”.

Chateado com as críticas, Maia escreveu:

“Os “crentes” desejando um monte de coisa ruim. Por um simples vídeo, no qual eu ri quando não consegui me concentrar na oração. Fico me perguntando como deve ser difícil viver “fingindo morar na graça do senhor””.

 

Abílio Santana revela podres dos Gideões e detalhes assustam evangélicos

A história contada por Abílio revoltou os internautas e revelou o pior da nova diretoria dos Gideões.

O pastor e deputado federal José Abílio Silva de Santana, mais conhecido como Abílio Santana foi o entrevistado do Fuxico Gospel nesta quarta-feira (18/01), e ele fez uma grave narração do que aconteceu com os Gideões Missionários da Última Hora (GMUH).

Questionado sobre a possibilidade de o seu nome aparecer na lista de pregadores do evento deste ano, Abílio explicou que não será convidado, e que se for, não irá aceitar o convite.

Questionado também sobre o motivo pelo qual se “desencantou” dos Gideões, uma vez que ele e tantos outros pastores alcançaram a fama depois de pregarem no congresso, o deputado federal passou a contar sua experiência com o pastor Cesino Bernadino, fundador do GMUH.

Abílio também contou que, após a morte de Cesino, a diretoria dos Gideões abandonou a sua viúva e filhos. Ele também revelou como vive cada um dos filhos do pastor atualmente.

A história contada por Abílio Santana revoltou os internautas e revelou o pior da nova diretoria dos Gideões.

 

Empresário, que se declarava produtor rural e exercia atividade de venda de carne, movimentou mais de R$ 70 milhões entre 2002 e 2005

Com o uso de notas fiscais falsas e empresas de fachada, Adinaldo Amadeu Sobrinho escondia da Receita Federal uma movimentação financeira de mais de R$ 70 milhões entre 2002 e 2005. O montante era resultado da atividade não declarada de abate e venda de carne manufaturada e a omissão desses dados resultaram na sonegação de mais de R$ 16 milhões por Sobrinho.

Ele e outras duas pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal em Jales (SP) pelo crime de sonegação fiscal. A denúncia é um dos mais recentes resultados da Operação Grandes Lagos, realizada em 2006 e que desbaratou uma organização criminosa que agia em frigoríficos de Jales, Fernandópolis e São José do Rio Preto, e cometia vários crimes, visando à sonegação de tributos federais e estaduais.

Os outros denunciados são o pai de Adinaldo, Honório Amadeu, e Humberto Zanin, que atuava como taxista (autônomo que compra e abate gado), subordinado a Adinaldo. Honório cedeu suas contas bancárias para que o filho operasse os negócios irregulares e não declarou a quantidade movimentada à Receita. Já Humberto Zanin deixou de declarar rendimentos que chegaram a R$ 5 milhões no período. O valor devido por Zanin em impostos seria de pouco mais de R$ 2,3 milhões.

Humberto Zanin deixou de apresentar o livro caixa do período, mas a Receita aferiu o lucro que ele teria obtido a partir de sua movimentação financeira. Em declaração, Adinaldo admitiu que fez uso das contas do pai para suas movimentações financeiras.

O procurador da República Thiago Lacerda Nobre, responsável pelo caso, pede a abertura de ação penal contra os três acusados pelos crimes de sonegação fiscal, por meio de emissão de notas fiscais falsas, prestação de declarações falsas às autoridades fazendárias e fraude, conforme previsto nos incisos I, II e III do artigo 1º da Lei 8.137/90. A pena pode ser de dois a cinco anos de reclusão e multa.

Grandes Lagos: MPF/SP denuncia mais três pessoas por sonegação fiscal e previdenciária

O Ministério Público Federal (MPF) em Andradina, interior de São Paulo, denunciou mais três envolvidos no esquema de sonegação fiscal deflagrado pela Operação Grandes Lagos. Alberto Pedro da Silva Filho, Duílio Vetorazzo Filho e Valder Antônio Alves são acusados de sonegar impostos e contribuições previdenciárias por meio do uso de notas fiscais “frias” em operações de compra e venda de animais e carne envolvendo frigoríficos da região entre 2003 e 2005.

Segundo a denúncia, Alberto e Duílio, proprietários da empresa Pereira Barreto Importação e Exportação de Carnes, “contratavam” os serviços do acusado Valder, que possuía distribuidoras de carnes de fachada. Tais companhias serviam para emitir as notas fiscais “frias” que embasavam operações comerciais de compra e venda de gado e carne de terceiros.

O esquema funcionava da seguinte maneira: quando um frigorífico adquiria o gado do produtor rural e não desejava emitir nota de entrada da mercadoria, Valder, através de suas empresas Distribuidora de Carnes e Derivados São Paulo e Norte Riopretense Distribuidora, emitia o documento. Assim, o pagamento ao produtor era feito pelo frigorífico que de fato adquiria o gado, mas a nota era emitida pelas empresas de Valder. O mesmo acontecia após o abate, quando o frigorífico vendia a carne, a nota “fria” era novamente emitida pelo acusado, e o pagamento feito diretamente pelo comprador ao frigorífico.

Entre os anos de 2003 e 2005, os denunciados Alberto e Duílio, utilizando o esquema de fornecimento de notas de Valder, sonegaram montante superior a R$ 19,5 milhões em impostos e mais de R$ 1,9 milhão em contribuições previdenciárias ao não pagar tais valores quando compravam gado de produtores pessoas físicas. O valor total devido pela Pereira Barreto, inscrito hoje na dívida ativa para cobrança judicial, chega a mais de R$ 62 milhões.

A operação – A Operação Grandes Lagos foi deflagrada em 2006, após investigação da Receita Federal e do INSS sobre um grande esquema de sonegação fiscal que estaria ocorrendo há pelo menos 15 anos, praticado por pecuaristas e empresários do ramo frigorífico na região de Jales, São José do Rio Preto e Fernandópolis. O valor total do prejuízo causado aos cofres públicos é de cerca de R$ 2 bilhões, pelos cálculos da Receita Federal. Em decorrência disso foram instaurados vários inquéritos policiais e ajuizadas diversas ações criminais, alguns dos quais ainda em curso.

Os crimes de sonegação só puderam ser investigados de fato em 2007, meses após a deflagração da operação, pois a Receita Federal e o INSS puderam então iniciar vários procedimentos fiscais contra diversas empresas e pessoas físicas ligadas ao gigantesco esquema de sonegação de tributos. Uma segunda onda de fiscalização, sobre contribuições sociais, foi iniciada em 2009.

Segundo o procurador da República Thales Fernando Lima, responsável pela denúncia, a Pereira Barreto, empresa dos acusados, não constava inicialmente na relação das investigadas na operação, pois “o esquema de sonegação fiscal descortinado pela Polícia Federal possuía aspectos de uma grande teia, ou seja, existia um estreito envolvimento entre as pessoas e empresas responsáveis por operações de inúmeras espécies, destinadas a ofuscar, aos olhos do fisco e da Justiça, os reais empreendedores do ramo de compra e venda de animais, carne e couro, e suas consequentes obrigações tributárias.”

O número do processo é 00001232-32.2013.403.6124. Para consultar a tramitação, acesse o site da Justiça Federal.