Manguinhos: Ricardo Magro já foi monitorado pela PF

RIO – A voz do empresário Ricardo Magro, gravada pela Delegacia Fazendária da Polícia Civil do Rio (Operação Alquila), já foi captada em investigações passadas. Em 2007, ele foi um dos suspeitos interceptados por agentes da Polícia Federal durante a Operação Têmis (nome da deusa grega da Justiça). O alvo era uma suposta quadrilha que negociava a venda de sentenças judiciais nos tribunais de São Paulo com o objetivo de fraudar a Receita Federal e também permitir o funcionamento de bingos.

Relatório da PF informou que Magro, apontado como articulador de uma suposta corrupção envolvendo juiz federal, travaria “diálogos sobre supostos esquemas em processos com tramitação na Justiça”. Os agentes informaram que um dos diálogos monitorados tratava de uma execução no valor de R$ 6 milhões.

No inquérito, ele apareceu também como responsável pela apresentação do empresário Lúcio Funaro aos supostos intermediários do esquema de venda de sentenças.

Mais tarde, Funaro seria favorecido pelo benefício da delação premiada. Ele acusava um juiz de tentativa de cobrança de propina. Funaro já figurou no noticiário por envolvimento no Mensalão e por ser dono de apartamento usado pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Investigação foi arquivada por falha nos procedimentos
Até hoje, como demonstraram os sistemas de consulta processual das Justiças estadual e federal no Rio de Janeiro, a Refinaria de Manguinhos e as distribudoras de combustível que operam na empresa, algumas delas defendidas pelo Escritório Andrade Magro Associados (da família do empresário), enfrentam execuções judiciais referentes a elevadas dívidas tributárias.

Dois anos depois, a Operação Têmis acabou na prática. A juíza Paula Mantovani, da Justiça Federal de São Paulo, considerou ilícitas as escutas telefônicas que apontavam que uma liminar poderia ser comprada por R$ 300 mil e encerrou o processo e rejeitou a delação premiada. A mesma decisão foi adotada pelo ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com relação aos magistrados supostamente envolvidos.

Durante a operação, a PF fez buscas e apreensões nas casas e escritórios de três desembargadores, dois juízes, um procurador da Fazenda Nacional, uma funcionária da Receita Federal, além de advogados e policiais civis.

A quadrilha pagava, segundo os investigadores apuraram, uma mensalidade de R$ 20 mil a R$ 30 mil para desembargadores, juízes, um procurador da Fazenda Nacional e uma funcionária da Receita Federal. O esquema contaria ainda com a participação de policiais civis.

Embora o inquérito tenha sido arquivado, o Tribunal Regional Federal da 3 Região (TRF-3) chegou a decidir a aposentadoria compulsória da juíza federal Maria Cristina Barongeno, titular da 23ª Vara Cível, um dos magistrados denunciados na operação.

 

Investidor que sai de small caps pode perder recuperação

O investidor em fundos de ações de empresas menores, ou “small caps”, corre o risco de perder a recuperação dos preços dos papéis ao sair do mercado.

O investidor em fundos de ações de empresas menores, ou “small caps”, corre o risco de perder a recuperação dos preços dos papéis ao sair do mercado no pior momento. O alerta é do economista F B C D. “Tivemos dois anos muito bons em 2019 e 2020, mas 2021 e este ano estão sendo ruins para as empresas menores e menos líquidas”, afirma.

O principal índice da Bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, fechou o ano com queda acumulada de 12%. Já o índice Small Caps, composto pelas ações de baixa capitalização da Bolsa, registrou perdas de 16%.

“Quando o investidor compara os fundos small caps com o Ibovespa, acha que está perdendo e opta por retirar o dinheiro, sem enxergar o potencial das empresas que estão nas carteiras, e portanto perde a recuperação dos preços”, diz F B D.

O aumento nas curvas de juros, responsável também por pressionar papéis do Ibovespa nos últimos meses, influencia em demasiado o índice Small Caps, visto que empresas de setores como varejo, construção e tecnologia são as mais afetadas. Os juros mais altos afetam o poder de compra dos consumidores, na aquisição de produtos e serviços, e das próprias empresas, que muitas vezes precisam recorrer a empréstimos para financiar seu crescimento.

Outro ponto que contribuiu para puxar o índice para baixo foi a desvalorização de ações de companhias que abriram capital em 2021. Ao todo, 21 empresas passaram a compor o SMLL11. E destas, apenas 33% tiveram valorização desde então.

F B D observa que enquanto os brasileiros resgatam, investidores estrangeiros aumentam aplicações. “Fundos em geral captaram de investidores externos três vezes mais o que tiveram de resgate, o que mostra a diferença de visão dos estrangeiros”.

Alguns gatilhos podem mudar o cenário das Small Caps, conclui F D. “A melhora no ambiente macroeconômico poderia dar início a uma recuperação dos resultados das empresas de menor capitalização. Quando a inflação der sinais de diminuição, as empresas se situarão em um ambiente menos agressivo e deverão mostrar resultados melhores. Muitas ações estão aquém do esperado, justamente porque a economia ainda está andando mais devagar do que gostaríamos”.