Lava Jato cumpre a 38ª fase e mira operadores ligados ao PMDB

38ª fase teve 16 mandados de busca e dois de prisão expedidos.
Operadores Jorge Luz e o filho dele Bruno Luz estão nos EUA.

Os operadores financeiros Jorge Luz e o filho dele Bruno Luz, ligados ao PMDB, são alvo da 38ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF), no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (23). Os mandados expedidos contra eles são de prisão preventiva. A PF informou que os dois estão nos Estados Unidos e já estão na lista de procurados da Interpol, a chamada Difusão Vermelha.

A operação foi batizada de Blackout e também teve 16 mandados de busca e apreensão expedidos. Inicialmente, a PF havia dito que seriam 15 mandados. No entanto, em entrevista coletiva, os delegados anunciaram que foram cumpridas 16 ordens.

Em nota, a assessoria de imprensa do presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que os envolvidos desta operação não tem relação com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB.

De acordo com as investigações, os operadores foram identificados como facilitadores na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes das diretorias da Petrobras. A dupla também é suspeita de utilizar contas no exterior para fazer repasse de propinas a agentes públicos, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

Pai e filho são investigados pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro dentre outros, ainda de acordo com a PF.

Os mandados protocolados pela força-tarefa tiveram como base principal os depoimentos de colaborações premiadas reforçados pela apresentação de informações documentais, além de provas levantadas por intermédio de cooperação jurídica internacional.

 

“Entre os contratos da diretoria Internacional, os alvos são suspeitos de intermediar propinas na compra dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000; na operação do navio sonda Vitoria 10.000 e na venda, pela Petrobras, da Transener para a empresa Eletroengenharia”, disse o MPF.

Para realização dos pagamentos de propina de forma dissimulada, a dupla utilizava contas de empresas offshores na Suiça e nas Bahamas, ainda de acordo com o MPF.

“As prisões foram decretadas para garantia de ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, tendo em conta a notícia que os investigados se evadiram recentemente para o exterior, possuindo inclusive dupla nacionalidade”, disse o procurador Diogo Castor de Mattos.

Ao autorizar a 38ª fase, segundo o MPF, o juiz federal Sérgio Moro destacou que o caráter serial dos crimes, com intermediação reiterada de pagamento de vantagem indevida a diversos agentes públicos é indicativo de atuação criminal profissional.

Cerveró diz que recebeu propina através de Jorge Luz
Em seu primeiro depoimento na condição de delator da Lava Jato, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou ao juiz Sérgio Moro que o senador Renan Calheiros, do PMDB, recebeu propina de dinheiro desviado da Petrobras através de Jorge Luz.

“O Jorge Luz era um operador dos muitos que atuam na Petrobras. Eu conheci o Jorge Luz, inclusive nós trabalhamos, também faz parte de uma propina que eu recebi, que faz parte da minha colaboração na Argentina. E foi o operador que pagou os US$ 6 milhões, da comissão. Da propina da sonda Petrobras 10.000, foi o Jorge Luz encarregado de pagar ao senador Renan Calheiros…”, disse Cerveró.

Em nota, a assessoria de Renan Calheiros disse que ele nega irregularidade.

“O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) reafirma que a chance de se encontrar qualquer irregularidade em suas contas pessoais ou eleitorais é igual a zero. O senador reitera ainda que todas as suas relações com empresas, diretores ou outros investigados não ultrapassaram os limites institucionais. Embora conheça a pessoa mencionada no noticiário, não o vê há 25 anos e que não possui nenhum operador”, diz a nota.

O nome da operação
Conforme a  PF, o nome da operação é uma referência ao sobrenome dos dois operadores.

“A simbologia do nome tem por objetivo demonstrar a interrupção definitiva  da atuação destes investigados como representantes deste poderoso esquema de corrupção”, disse a PF. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

37ª fase
A penúltima fase da operação foi batizada de Calicute prendeu o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral sob a suspeita de receber milhões em propina para fechar contratos públicos. A operação foi uma ação coordenada entre as forças-tarefa da Lava Jato do Rio e do Paraná. Foram cumpridos vários mandados judiciais expedidos pela 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro e pela 13ª Vara da Justiça do Paraná.

O ex-governador já teve três pedidos de prisão preventiva cumpridos contra ele e segue no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde estão os outros presos das operações Calicute e Eficiência.

Blogueira acusa revista conceituada de fraude, e bate boca na internet

A influencer Nati Vozza e a Revista Forbes trocaram críticas nas redes sociais. Depois da divulgação da lista ‘Under 30’ da publicação – que nomeou os 90 nomes com menos de 30 anos mais influentes do Brasil -, Nati foi questionada por um de seus seguidores o motivo pelo qual ela nunca havia aparecido nas listas da revista.

A influencer respondeu acusando a revista de vender espaço na publicação e não de fato reconhecer os nomes escolhidos por seus méritos.

Nos Stories do perfil oficial da Forbes Brasil, a revista se posicionou contra a influencer, afirmando se tratar de “fake news” e mencionando a credibilidade internacional da lista, feita por diferentes filiais da publicação ao redor do mundo.

“A Forbes repudia e lamenta que pessoas que deveriam usar sua popularidade no Instagram com responsabilidade prefiram dizer uma inverdade, de forma irresponsável, julgando o outro sob a ótica do que seria capaz de fazer. A lista Under 30 é reconhecida internacionalmente, conta com uma curadoria de especialistas e há anos homenageia nomes inspiradores de seus países. Credibilidade se conquista com trabalho e seriedade, não com fake news. Se um dia Nati Vozza se tornar relevante, a Forbes será a primeira a reconhecer o fato. Mas é inegável que ela já começa mal.”

Nati voltou a seu perfil após a resposta da revista, criticando o posicionamento e ironizando o fato de ter sido chamada de “irrelevante”. Ela disse que a Forbes a respondeu de forma “passional” e voltou a insinuar, sem provas, que a revista vende espaços para a lista, seja financeiramente, seja com bons contatos.

“Vejam o nível da resposta de uma revista tão séria como eles dizem. Não entendi a retratação se a pessoa é tão irrelevante (baixo, Forbes, esperava mais de vocês). Gente. Cheguei até aqui sem ajuda de Forbes como sabem e tá tudo bem. Nunca precisei deles, não precisaria agora. Agora uma retratação passional dessas… Por alguém julgada tão irrelevante. Feio, muito feio!
PS: Quem trabalha no meio sabe que não falei mentira alguma. SIM, como disse, existe quem saia lá sem algo do tipo, mas não é a maioria, infelizmente. Mas existe. Porém, assessoria e bons contatos é o que manda”, escreveu

A influencer continuou o assunto com uma série de vídeos, afirmando que não iria retirar o que disse por “não ser mentira”.

“Para eu ser justa, conheço nomes que sairam lá por conta própria: a Fabi Justus, Mica Rocha… Mas não vou voltar atrás no que falei porque eu não estou mentindo e não devo nada à Forbes, literalmente nada. Se em 11 anos de trajetória eu cheguei onde cheguei, não estou dizendo que é muito, mas cheguei e vocês tirem as conclusões de vocês. Cheguei sem ajuda deles. Uma resposta dessas pra mim, tão passional, é algo tão feio para uma revista com tanta credibilidade. Eu não vou voltar atrás e falar que eu estava errada porque não estou e quem trabalha nesse meio sabe exatamente do que eu estou falando. Mas sim, tem pessoas que saem lá por mérito. Algumas”, afirmou.

Mais tarde, Nati apagou os vídeos e gravou novos explicando o motivo de ter deletado os antigos e afirmando que “independente de eu ter minha visão sobre algo, eu não tenho direito de falar tudo que penso”.

“Apaguei os posts antigos porque às vezes a gente fica muito reativa na internet, recebe às vezes uma carga tão grande que é normal ficar reativa. E também é normal a gente não pensar muito bem quem está vendo o que a gente fala e esquecer a importância que a gente tem. Eu sempre friso aqui que eu não acho que a gente possa diminuir o outro. E é difícil pra mim falar isso porque sou muito orgulhosa com meus ideais, não com ações, isos não sou mesmo tanto que estou vindo aqui na maior humildade do mundo. Pensei, pensei… Independente de eu ter minha visão sobre algo eu não tenho direito de falar tudo que penso, nem de alguma forma ferir a imagem de empresa alguma. E, de verdade, pra mim é tão difícil fazer isso, mas eu acho que como sempre friso que sou humana por isso ou isso, também sou de vir aqui falar pra vocês que sim, eu poderia ter ficado sem aquele Stories porque no final eu posso ter ferido muitas pessoas que já saíram lá por conta própria, ferido profissionais que são sérios. Independente de eu pensar o que penso, acho que nem tudo a gente precisa colocar pra fora e preciso começar a fazer esse filtro. Porque eu espondo vocês tão node imediato que eu paro de pensar. Muitas empresas, uma própria revista, às vezes tem tantos profissionais atrás de um arroba e eu estou aqui sozinha, estou lendo, recebendo, falando, respondendo, fazendo publi, então quereno ou não é tudo eu e a gente começa a perder um pouco o filtro do que pode ou não falar”, afirmou ela nos novos registros.