Polícia Federal prende 16 pessoas na Operação Curupira 2

Ojuíz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara da Justiça Federal em Mato Grosso expediu mandado de prisão de 22 pessoas em Rondônia, Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina envolvidas com desmatamento ilegal.

Até às 14h, 16 pessoas haviam sido presas pela Polícia Federal nas cidades de Ji-Paraná (RO), São Francisco do Sul (RO), Aripuanã (MT) e Rondolândia (MT) e Ponte Serrada (SC) por formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, falsificação ideológica e de documentos públicos (Autorizações de Transporte de Produtos Florestais).

Duas pessoas presas são funcionários do Ibama (Ilson Oliveira do Nascimento; José Magalhães), os demais são madeireiros e despachantes.

A prisão dessas pessoas é um desdobramento das apurações do Ibama que resultaram na Operação Curupira (de dois de junho passado) que desmontou quadrilha que atuava há mais de dez anos no Mato Grosso extraindo madeira de forma ilegal.

A Operação Curupira II, como está sendo chamada pela Polícia Federal, é conseqüência das ações do Plano de Combate ao Desmatamento, enfatiza Flávio Montiel, diretor de Proteção Ambiental do Ibama.

De acordo com ele, as operações do instituto e da PF efetivamente contribuem para a queda do desmatamento. No ano passado, tivemos em junho 10 mil km desmatados. Este ano, no mesmo mês, após a Operação Curupira, o desmatamento foi de 1 mil km.

Donos do Cactvs são suspeitos de fraudar documento do BB

Os donos do banco Cactvs, Fernando Passos e a mulher dele, Kelvia Fernandes Passos, estão sendo investigados pela Polícia Civil de São Paulo por falsificação de documentos e uso de documento falso. Os policiais dizem que o casal tentou usar uma carta de fiança falsa para firmar um contrato com a operadora de cartões Elo.

O documento era atribuído ao Banco do Brasil e foi assinado por uma gerente que não tinha autorização para tal. O objetivo seria firmar um contrato entre o Cactvs e a Elo para que o banco pudesse usar a bandeira nos cartões de crédito e débito que oferece aos clientes. A Elo é uma joint-venture que tem entre os acionistas o Bradesco, Banco do Brasil a Caixa Econômica Federal.

O caso chegou à Polícia Civil por uma denúncia feita pelo Banco do Brasil. Segundo os policiais, o banco não reconheceu a assinatura da gerente. A Elo não fechou o contrato, depois que descobriu a tentativa de fraude.

O inquérito está adiantado na 2ª Delegacia de Polícia de Barueri, na Grande São Paulo. Os investigadores já ouviram o casal e uma advogada do Cactvs, suspeita de participar da fraude. Um ex-funcionário do Cactvs e representantes da Elo devem ser os próximos a prestar depoimento sobre o caso.

A polícia diz que os três devem ser indiciados, já que a fraude foi grosseira e facilmente detectada. Caberá ao Ministério Público definir se apresenta a denúncia à Justiça.

Bastidor tentou contato com Fernando e Kelvia, mas eles não responderam. A Elo afirmou que não vai se manifestar a respeito. O Banco do Brasil disse que sempre notifica as autoridades competentes quando detecta ilícitos, mas não comenta casos específicos em razão do sigilo bancário.

O que é o Cactvs

O banco Cactvs nasceu depois que Fernando Passos deixou a direção do IRB Brasil, maior empresa de resseguros do país. O Bastidor mostrou que ele e a esposa fizeram carreira no BNB, o Banco do Nordeste, onde ainda mantêm influência. O economista diz que é próximo de Renan Calheiros, Romero Jucá e Valdemar Costa Neto.

Curiosamente, o banco nasceu não como instituição financeira, mas como uma espécie de marketplace de restaurantes, mercados e outros produtos do setor. Atualmente, o banco é focado em microcrédito para pequenas empresas, mas depende de parcerias para continuar funcionando.

No IRB Brasil, Passos era diretor financeiro e foi demitido depois de tentar aplicar um golpe em investidores norte-americanos para evitar que as ações da empresa brasileira despencassem na B3.

O economista plantou na imprensa especializada a história de que o fundo Berkshire Hathaway, do bilionário Warren Buffett, estaria interessado em fazer uma grande compra de ações da empresa brasileira. A ideia surgiu dias depois que a imprensa publicou uma avaliação ruim, que estava fazendo as ações caírem.

Passos usou isso para mostrar aos potenciais compradores que seria uma boa investir também no IRB Brasil. Ele só não contava que a história seria desmentida pelo fundo de Buffett, com veemência. A manobra quase quebrou o IRB Brasil.

O caso chegou à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos e ao Departamento de Justiça, que decidiram processar Passos por fraude. Não há data para que o caso seja julgado.

Correção às 20h20 de 26 de Abril de 2022: O Bastidor informou erroneamente que o Banco do Brasil e o Bradesco eram os únicos acionistas da administradora de cartões Elo. A Caixa Econômica Federal também faz parte do corpo societário da empresa. Pedimos desculpas aos leitores.

Dinheiro à milanesa: os novos negócios de Fernando Passos

Fernando Passos, o ex-executivo da IRB Brasil que está sendo processado por fraude nos Estados Unidos, segue ativo no setor financeiro. Depois de deixar a empresa de resseguros, fundou junto com a mulher, Kelvia Carneiro Linhares Fernandes Passos, uma fintech – nome bonito dado aos novos bancos que funcionam apenas de forma digital.

O banco em questão é o Cactvs, que se apresenta como especialista em microcrédito para pessoas jurídicas e até patrocinou um time de futebol. No site oficial, a empresa diz que já tem 100 mil clientes e afirma ter movimentado cerca de R$ 100 milhões. O foco é o mercado do Nordeste.

Apesar de ser uma instituição financeira, o registro original da empresa na Junta Comercial de São Paulo era para atuar no segmento de alimentação. A empresa pretendia trabalhar como uma espécie de marketplace de restaurantes, mercados e outros produtos do setor.

Entre as atividades oferecidas atualmente pelo Cactvs estão seguros de vida, planos de saúde, seguros automotivos e até sorteios de R$ 100 mil semanais, para os quais é preciso pagar apenas R$ 1 para se inscrever.

Em maio de 2021, o Cactvs fechou uma parceria com o Esporte Clube Vitória, um dos mais tradicionais de Salvador, para ajudar o time a erguer um centro de treinamento para jovens atletas. A promessa era investir R$ 6 milhões. O clube chegou a alardear o patrocínio durante um mês. Hoje, não há qualquer menção ao banco no site oficial do Vitória.

No mês de novembro, o Cactvs foi uma das instituições pré-selecionadas pelo Banco do Nordeste (BNB) para operar a linha de microcrédito da instituição pública. O resultado da seleção final ainda não foi divulgado.

A estratégia de crescimento e popularidade também envolve o oferecimento de uma bolsa de estudos, com valores de R$ 1,5 mil a R$ 2,2 mil. Mas, no site, há poucos detalhes sobre o benefício atualmente.

As pendências envolvendo Fernando Passos depois da saída conturbada do IRB Brasil não impediram que ele conseguisse cadastrar e regulamentar a situação do banco junto ao Banco Central e à Susep, a Superintendência de Seguros Privados.

Demissão da IRB Brasil

O executivo foi demitido do IRB Brasil depois de tentar enganar investidores da empresa de resseguros, espalhando falsas notícias de que o fundo Berkshire Hathaway, do bilionário Warren Buffett, teria interesse em comprar ações da empresa brasileira, que passava por dificuldades.

Ao saber da notícia, o fundo divulgou uma nota em que desmentiu o boato criado por Passos. A descoberta do caso fez despencar o preço das ações da IRB Brasil, gerando prejuízo estimado em R$ 30 bilhões. Dois anos depois da fraude, ele foi processado nos Estados Unidos.

No perfil do LinkedIn, Fernando Passos se coloca como diretor do Cactvs. Não há nenhuma menção à passagem dele pelo IRB Brasil.

Operação Scan: Justiça Federal condena 4 paraibanos envolvidos

O juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, titular da 6ª Vara de Campina Grande, condenou quatro paraibanos envolvidos na chamada Operação Scan, em Campina Grande em fevereiro de 2006, mas que teve ramificações em outros estados e repercutiu em todo país.

O juiz condenou Higor Vieira de Azevedo a 9 anos e 4 meses, Alexandre Tabosa de Azevedo a 3 anos e 8 meses, Sthephann Johanson Figueiredo dos Anjos a 3 anos e 8 meses e Pedro Barros Medeiros a 4 anos e 4 meses. Todos em regime aberto, com substituição das penas privativas de liberdade por restritivas de direitos.

Higor Azevedo, considerado o chefe da operação criminosa, foi condenado pelas acusações de furto qualificado, formação de quadrilha, interceptação telemática ilegal e violação de sigilo bancário. Por ser réu primário e sem registros de má conduta social e moral, o réu cumprirá duas penas restritivas de direito, ou seja, está proibido de frequentar lan houses e bares em qualquer cidade e prestará serviços à comunidade. Além disso, o campinense pagará multa correspondente a 30 dias-multa, com base no salário mínimo vigente. O juiz levou em consideração a situação econômica do réu, que é jogador de futebol desempregado.

O mototaxista Alexandre Tabosa foi condenado por furto qualificado e formação de quadrilha e terá de pagar R$ 100,00 mensais a uma entidade beneficente, durante quase 4 anos. Além disso, prestará serviços à comunidade e pagará multa corresponde a 20 dias-multa, com base no salário mínimo. O office boy Sthephann Johanson também está proibido de frequentar lan houses e bares em qualquer cidade, pagará o correspondente a 20 dias-multa e prestará serviços à comunidade, pelos crimes de furto qualificado e formação de quadrilha.

O último condenado nesta fase, o marceneiro Pedro Medeiros, também cumprirá pena em regime aberto, mas não poderá frequentar lan houses e bares, prestará serviços à comunidade e pagará multa correspondente a 20 dias-multa. Todos foram considerados réus primários.

O processo de número 2006.82.01.001115-8, de autoria do Ministério Público Federal, foi desmembrado em 11 ações penais, com mais de 50 acusados. De acordo com o MPF, os denunciados integravam uma quadrilha de crackers para a prática de crimes financeiros através da internet, a partir da cidade de Campina Grande, mas com ramificações em outros estados do Brasil.

A quadrilha era formada por programadores, usuários, aliciadores e laranjas, que transferiam dinheiro e realizavam saques de contas da Caixa Econômica e Banco do Brasil. De acordo com os autos do processo, com base nos interrogatórios dos réus e testemunhas, “somente em uma agência do Banco do Brasil em Campina Grande (Agência Borborema), ocorreram 287 transferências ilícitas, recebidas em contas de clientes daquela agência, no período entre novembro de 2004 e fevereiro de 2006, no qual a quadrilha estava atuando livremente. O volume total de transferências ilícitas somente para as contas dessa agência chegou ao elevado valor de R$ 355.555,92 (trezentos e cinquenta e cinco mil, quinhentos e cinqüenta e cinco reais e noventa e dois centavos)”.

Preso em operação já foi condenado por envolvimento em tribunal do crime

A “Sintonia” saiu às ruas na manhã de ontem (18) para cumprir 67 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão 

Integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), Elionai Oliveira Emiliano, de 30 anos, um dos presos na manhã de ontem (18) durante a Operação Sintonia deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), já foi condenado por participação no sequestro e morte de  John Hudson dos Santos Marques, o “John John”, em fevereiro de 2018. 

No julgamento ocorrido no dia 13 de fevereiro de 2020, Elionai foi condenado a mais de 11 anos de prisão pelo crime de destruição de cadáver e organização criminosa. No total, seis pessoas foram condenadas pela morte de John John, que foi decapitado.

Além de Elionai, foram presos por força de mandado de prisão Fabrício Quintana Alvares, 26 anos, Miguel de Souza Sekula, Camila Fartare, 33 anos, Larissa Barbosa Pacheco de Souza Fartare, 27 anos, Adson Vitor da Silva Farias, conhecido como “Ítalo” ou “Ladrão de Almas” e Cristian Dias Chaves, 31 anos. Tanto Larrissa quanto Cristian também foram presos em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Com Cristian foi encontrada uma pistola 9 milímetros no carro dele, uma BMW azul.

Operação Sintonia –  Quase um mês depois de prender integrantes da “Sintonia dos Gravatas” e desvendar esquema de vazamento de informações sigilosas e troca de mensagens entre líderes do PCC por meio de advogados, o Gaeco deflagrou nova operação que mira a facção criminosa.

A “Sintonia” saiu às ruas na manhã de ontem (18)  para cumprir 67 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande, Dourados, Amambai, Bela Vista, Corguinho, Maracaju, Naviraí, Nova Andradina e Rochedo. O Batalhão de Choque da Polícia Militar e o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) também participaram da ação. 

 

Os cactos amigos de Fernando Passos

Fernando Passos, acusado criminalmente pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de fraude após dar um golpe incrível nos acionistas do IRB, está voando em Brasília. Tenta bombar sua “fintech” de microcrédito direcionada ao Nordeste, a Cactvs. Conta com as boas relações que diz ter na capital.

Passos e sua esposa fizeram carreira no BNB, o Banco do Nordeste. Mantêm influência lá. O ex-executivo do IRB afirma também ser próximo de Renan Calheiros, Romero Jucá e Valdemar Costa Neto – o dono do PL ainda tem gente no BNB.

O plano de negócios de Passos depende de bancos públicos.

Fonte: https://obastidor.com.br/economia/os-cactos-amigos-de-fernando-passos-3224

SEC apresenta denúncia contra ex-diretor financeiro do IRB (IRBR3)

Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários americana) apresentou denúncia formal contra Fernando Passos, ex-vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da resseguradora brasileira IRB por eventual fraude cometida quando ainda era diretor financeiro da empresa. A notícia foi divulgada nesta segunda-feira (18) no site do órgão.

A entidade acusa o ex-executivo de supostamente plantar uma história falsa entre a mídia e divulgar documentos falsos alegando que a Berkshire Hathaway Inc. tinha feito um investimento substancial no ressegurador.

Na reclamação apresentada hoje, a SEC aponta que “Passos, preocupado com o declínio significativo no preço das ações do IRB após o relatório de um vendedor questionando os resultados financeiros do IRB, fabricou e espalhou uma história em fevereiro de 2020 que a Berkshire Hathaway Inc. teria investido no IRB”.

A denúncia alega ainda que o ex-diretor criou e compartilhou uma lista falsa de acionistas, que mostrava a Berkshire como tendo feito compras substanciais de ações do IRB. De acordo com a entidade, “Passos também teria comunicado a informação falsa a analistas e investidores durante reuniões no Reino Unido e nos EUA”.

Na ocasião, a ação do IRB chegou a subir mais de 6% em 24 horas, após as reportagens feitas pela mídia tanto no Brasil quando no Reino Unido sobre o suposto investimento da companhia de Warren Buffet. Uma semana depois, o papel caiu mais de 40% após a Berkshire negar ter qualquer participação no IRB.

“Conforme alegado na denúncia, Passos se envolveu em um esquema para fraudar investidores e fez um grande esforço para perpetuar seu esquema, incluindo adulterar uma lista de acionistas”, disse Jason J. Burt, diretor associado de execução no escritório regional de Denver, na nota divulgada pelo site da SEC.

“Continuaremos a perseguir maus atores, localizados nos EUA ou no exterior, cuja conduta fraudulenta afete os investidores dos EUA”.

A investigação da SEC, que continua, foi conduzida por Jeffrey Lyons e supervisionada por Ian Karpel e Jason Burt, do Escritório Regional de Denver. O litígio contra Passos está sendo liderado por Zachary Carlyle e Gregory Kasper.

Em ação paralela, o Departamento de Justiça anunciou acusações criminais contra Passos. Uma notícia publicada no portal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, explica que se trata de uma acusação aditiva ao processo da SEC.

O processo do Departamento de Justiça foi aberto hoje no Distrito Sul de Iowa. A peça acusa o ex-executivo do IRB de “sustentar fraudulentamente o preço de suas ações ao divulgar falsas informações”.

De acordo com a nota, “Passos discutiu seus planos de divulgar essas informações materialmente falsas com os funcionários de relações com investidores do IRB”. Conforme o texto do Departamento de Justiça americano, em uma mensagem descrita na acusação, Passos afirmou: “Vou espalhar essa história de que a Berk [Berkshire Hathaway] comprou 28 milhões de ações” e acrescentou: “então se torna verdade”.

A acusação aditiva afirma ainda que Passos falsificou documentos e informações para apoiar as alegações de que a Berkshire Hathaway era acionista do IRB e fez com que essas informações fossem fornecidas a membros da imprensa, vários diretores do IRB e investidores.

Passos é acusado fraude de valores mobiliários e três acusações de fraude eletrônica. Se condenado, pode pegar até 20 anos de prisão em cada acusação. Um juiz do tribunal distrital federal determinará qualquer sentença após considerar as Diretrizes de Sentença dos EUA e outros fatores estatutários.

Passos, Berkshire e o IRB não responderam de imediato a pedido de comentário.

*Por Valor Econômico

O conto de Omaha: ex-CFO do IRB é acusado de fraude por Justiça americana

 

Pena pode chegar a 80 anos de prisão em quatro acusações contra Fernando Passos

Uma das maiores lorotas da história recente do mercado financeiro brasileiro acaba de virar processo civil e criminal nos Estados Unidos. A SEC e o Departamento de Justiça americano acusam o executivo Fernando Passos, o ex-CFO do IRB, de ser o responsável pela falsa informação de que a Berkshire de Warren Buffett estava comprando ações da resseguradora em 2020.

“Vou espalhar essa história de que a Berk comprou 28 milhões de ações, a partir daí isso se torna verdade”, diz uma mensagem que o executivo teria enviado ao RI, de acordo com a denúncia. Mais tarde, Passos também teria falsificado documentos da contabilidade para sustentar a informação, criando uma falsa lista de acionistas que colocava a companhia de Buffett como quarta maior investidora do IRB.

Era uma tentativa de reação da empresa a um relatório negativo publicado pela gestora Squadra em 2020. Na ocasião, a gestora carioca reavaliou a posição na companhia e, entre as justificativas, questionou as práticas contábeis da resseguradora. A carta e a posição short da Squadra provocaram reação imediata no mercado e, no mesmo dia, as ações da companhia despencaram mais de 17%.

Em 22 de fevereiro daquele ano, Passos enviou uma mensagem para um de seus funcionários dizendo que a Berkshire Hathaway tinha aumentado sua participação no IRB, sendo que a companhia não constava no quadro de acionistas. 

“Essa informação é confidencial, mas se nós pudéssemos mandar a um jornalista da área econômica, que seja da nossa confiança, para que publique a informação sem citar o IRB como fonte, seria excelente!”, escreveu o então diretor. “O ideal seria sair na quarta-feira”, concluiu. Não por coincidência, seria o dia da chegada de Passos aos EUA para encontrar com investidores, onde seguia para o Reino Unido.

No roadshow, Passos deu a informação falsa sobre a Berkshire a ao menos um analista e dois investidores, de acordo com a SEC.

Em março, ao tomar conhecimento da história, a Berkshire Hathaway divulgou um comunicado à imprensa negando a informação. “Há notícias recentes na imprensa brasileira de que a Berkshire Hathaway Inc. é acionista do IRB Brasil Re. Essas matérias estão incorretas.

A Berkshire Hathaway Inc. não é atualmente acionista do IRB, nunca foi acionista do IRB e não tem intenção de se tornar acionista do IRB”, dizia a nota.

Um funcionário da equipe de RI do IRB enviou um print do comunicado a Passos, por mensagem. “Estamos ferrados!”, respondeu o então CFO. As ações do IRB na bolsa brasileira derreteram mais de 31% no dia seguinte.

“Acho que houve um engano por parte da mídia sobre o que eu realmente disse. Eu afirmei que vocês eram uma de nossas resseguradoras, tomando uma posição na retrocessão do IRB. Desculpem pelo inconveniente!”, argumentou Passos à época. A retrocessão é um processo comum de divisão de riscos entre resseguradoras. O Pipeline não conseguiu contato com a defesa de Passos.

“Como alegado na denúncia, Passos engajou um esquema descarado para fraudar investidores e fez um grande esforço para perpetuar seu esquema, incluindo adulterar uma lista de acionistas”, disse Jason Burt, diretor do escritório de Denver da SEC. “Continuaremos a perseguir maus atores, localizados ou não nos Estados Unidos, cuja conduta fraudulenta afete investidores americanos”.

No final do ano passado, a CVM abriu um processo administrativo sobre o assunto no Brasil, citando manipulação de preços no caso de Passos e falha no dever de diligência do ex-CEO José Carlos Cardoso.

Desde 2020, o IRB trocou toda sua administração e vem tentado colocar em prática um plano de reestruturação – que tem o investidor Luiz Barsi entre seus entusiastas.

Fonte: https://pipelinevalor.globo.com/mercado/noticia/o-conto-de-omaha-ex-cfo-do-irb-e-acusado-de-fraude-por-justica-americana.ghtml

 

 

 

 

 

Popó devolve dinheiro e diz que se arrepende de fazer publicidade de golpe financeiro

O boxeador Acelino Popó Freitas, que protagonizou um dos eventos de luta mais comentados dos últimos tempos ao enfrentar o influenciador digital e youtuber Whindersson Nunes, anunciou que devolveu o dinheiro que lhe foi pago em troca de estrelar peça publicitária por um suposto golpe financeiro.

O boxeador divulgou o ‘Robô do Pix‘ nas suas redes recentemente, depois de ganhar seguidores com a luta. Ele soma hoje uma base de 3 milhões de pessoas que o acompanham no Instagram. O golpe financeiro, postado por Popó, contudo, não é recente – outros influenciadores têm bombado o esquema via stories.

“Você quer uma renda extra sem precisar vender nada na internet? Receber no mínimo três Pix por semana de até R$ 500? O robozão do pix está pagando para várias pessoas R$ 3 mil ao mês. Basta configurar o robô e pronto”, escreveu o boxeador no seu Instagram.

O link inserido nos stories remetia a uma página de divulgação de um golpe financeiro, fraude que entra para o rol de esquemas que causam danos ao pequeno investidor – como robôs traders e que operam criptomoedas, populares nos últimos meses em anúncios nas mídias sociais.

Após receber diversas reclamações de usuários e ser criticado por internautas, Popó reconheceu que fez propaganda de um esquema fraudulento. Alertou seguidores e afirmou der devolvido a remuneração que lhe foi dada.

“Entraram R$ 100 mil na minha conta de fazer um arroba [publicidade]. Mas eu devolvi. Ainda somos novos nisso, né? Fui ver que era algo do ‘robozinho’. Falei ‘poxa, vamo devolver’. Não vou fazer roubo. Dias atrás mandavam ‘trancaram meu dinheiro’, ‘não pagam tudo aquilo’, ‘fui tentar sacar e não deu’”, relata o atleta em entrevista ao Flow Podcast.

“O culpado é quem transmitiu a informação, ou seja, sou eu”, destacou.

Após ter recebido nova oferta de publicidade informada pelo seu filho, Popó disse que a recusou – admitiu que o esquema era fraudulento.

Os golpes, assim como uma pirâmide financeira, geralmente prometem dinheiro fácil e (ou) rápido, com eventuais ganhos de “renda extra” ou “dinheiro em casa”. Desde o início da pandemia esse tipo de prática se intensificou nas mídias sociais, em período de queda do poder de compra do brasileiro.

Como identificar pirâmides e golpes como a divulgada pelo Popó

A alta rentabilidade ou a facilidade dos ganhos são as primeiras coisas que chamam atenção. Quanto mais fácil for o dinheiro, maior a suspeita de se tratar de um esquema de fraude. Contudo, algumas propagandas têm prometido ganhos fáceis e periódicos.

Em algumas propagandas, por exemplo, é dito que o investidor terá ganhos de cerca de 7% ao mês. Se um investidor fizer um aporte de US$ 100 mil, em pouco mais de 25 anos acumularia quase US$ 147 trilhões – cifra que é maior do que o Produto interno Bruto (PIB) global.

 

PRF prende líder de quadrilha de receptação de carro roubado

Edson Fernando Schons, 44, conhecido como “Preto Mola”, foi preso quinta-feira (1), na BR-163, próximo a São Gabriel d”Oeste (MS). Ele é acusado de liderar uma quadrilha de receptação e adulteração de documentos de veículos roubados que atuava em vários estados, entre eles Mato Grosso e Paraná. Schons estava em uma Cherokee, placas CXY-6718, de São Paulo, e foi autuado em flagrante por receptação. Ele não portava a documentação do veículo, que alegou ter adquirido de uma pessoa “de confiança”, em Foz do Iguaçu (PR).

Ao conferir os documentos, a polícia constatou que os números do chassi, aparentemente danificado, eram diferentes dos que constavam no manual do proprietário, que também diferenciavam da numeração do interior do veículo. Um deles tinha registro de roubo em 1998.

O acusado havia sido preso em Cuiabá em agosto do ano passado na operação Asfalto Limpo, desencadeada pela Polícia Federal (PF) do Paraná, e estava em liberdade provisória. Em 1998, Schons foi preso por receptação e condenado a 4 anos e 10 meses de prisão pela 5ª Vara Criminal de Várzea Grande. Contra ele constam ainda passagens por formação de quadrilha e adulteração de sinal de veículo automotor, vendido ou trocado por drogas na Bolívia.