PF indicia ex-diretor da Petrobras e operador de propinas do PMDB

Um dos elementos que levaram o delegado da Polícia Federal a pedir o indiciamento de Henriques e Zelada foi o encontro de documentos do ex-diretor e do sócio do lobista

A Polícia Federal indiciou em mais um inquérito da Operação Lava Jato o ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Zelada e o operador de propinas do PMDB João Augusto Henriques. Eles são acusados por corrupção em contrato com a multinacional Subsea 7, antiga Acergy, na construção de um gasoduto da estatal, em 2007, no campo de petróleo Mexilhão, na bacia de Santos (SP).

Foram indiciados ainda o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e seu ex-braço-direito Pedro Barusco – ambos cota do PT no esquema de corrupção na estatal – , e o ex-sócio de Henriques, Miloud Alain Hussene Daouadji.

Um dos elementos que levaram o delegado da Polícia Federal, Filipe Hille Pace, a pedir o indiciamento de Henriques e Zelada foi o encontro de documentos do ex-diretor e do sócio do lobista.

Um deles é uma planilha com o suposto registro de propinas relacionadas a projetos da Petrobras e empresas, que entraram nas contas da offshore Vabra.

“Dando prosseguimento à análise sumária das mídias apreendidas, encontrou-se um arquivo com o nome ‘vabre.xlsx’, o qual representa, em linha gerais, o controle que Jorge Zelada mantinha sobre os recursos que recebeu na conta da empresa offshore Vabre”, informa a OF.

O relatório explica que a offshore Vabre International SA foi constituída no Panamá em 24 de janeiro de 2007, dois meses antes da conta receber os primeiros valores e mesmo do contrato da Acergy com a Petrobras.

Atuação interna

“Além das provas já colhidas que comprovam o repasse da ‘propina’ referente ao projeto de Mexilhão à Jorge Luiz Zelada, Pedro José Barusco Filho e Renato Duque, novos documentos revelam que Moloud Alain Hassene Daouajdi, braço de João Augusto Rezende Henriques na obtenção de contratos da Petrobras para o grupo norueguês Subsea7 (antiga Acergy), não só tinha plena ciência do pagamento de ‘comissões’ à Zelada como deixou claro o modus operandi da organização criminosa para a obtenção dos contratos”, registra o delegado, em relatório complementar ao relatório final do inquérito.

Na interpretação da PF, o documento mostra que o sócio de Henriques “reforçou o fato de que efetuou um pagamento de USD 1 02 milhão, em 18 de fevereiro de 2009, a Jorge Zelada, bem como esclareceu que ainda restava pendente o pagamento de USD 1,71 milhão”.

“Além disso, observamos que Miloud solicitou a Jorge Zelada ações que interferissem na manutenção do contrato da Acergy com a Petrobras, provocando reuniões com a Diretoria Executiva e Gerência de Engenharia, por exemplo”, sustenta a PF.

O documento, segundo o delegado, esclareceu qual a porcentagem que o lobista receberia da multinacional norueguesa no caso de sucesso em contrato da Plataforma P-55. “Bem como solicitou o recebimento de ‘informações relevantes para poder ganhar a concorrência’, traduzindo que Jorge Zelada não só interferia na manutenção do contrato do Projeto de Mexilhão, como também repassava a Miloud e João Augusto informações sigilosas da Petrobras que os auxiliava a ganharem os contratos para a empresa norueguesa.”

O lobista ligado ao PMDB é réu pelos crimes de corrupção passiva evasão e lavagem de capitais em outro processo, referente à contratação pela Petrobras do navio-sonda Titanium Explorer.

O relatório final do novo indiciamento do operador de propinas do PMDB e do ex-diretor de Internacional foi concluído na semana passada, mas recebeu complementos, conforme foram finalizadas analise periciais. O inquérito está relacionado à 19ª fase da Lava Jato, batizada de Operação NessuN Dorma – que levou o lobista do PMDB para a cadeia. Zelada estava preso desde julho, alvo da 14ª fase, chamada de Operação Mônaco, em referência às suas contas secretas no principado.

“Em fevereiro/2009, Jorge Luiz Zelada recebeu USD 1.026.000,00 na conta da empresa Vabre International SA referente ao contrato da Acergy com a Petrobras referente ao projeto de Mexilhão”, conclui o inquérito.

Esquema de desvio na Conta Única envolve 4 famílias

Defaz prende 25 por desvio de 101 milhões – Veja lista dos presos

A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra Administração Pública (Defaz) deflagrou na manhã desta quinta-feira (15), a operação “BB Pag”. Os policiais estão cumprindo 78 ordens judiciais, entre mandados de prisão e busca e apreensão.

Os mandados estão sendo cumpridos na capital e interior do Estado e nas cidades de Tubarão (SC) e Soledade (RS).

O empresário Plínio Alexandre Amorim Marques é sócio-proprietário da Central Assessoria e Treinamento Ltda. Ele foi preso em sua residência no edifício, Villágio Piemonte, localizado no bairro Duque de Caxias, em Cuiabá. A empresa presta serviços de organizações de eventos.

A Operação foi denominada ‘BB Pag’ que dá continuidade à Operação’Vespeiro, que investiga uma suposta quadrilha que desviava dinheiro da Secretaria do Estado de Fazenda (Sefaz). Informações iniciais dão conta de que rombo seria de R$ 101 milhões.

Acompanhe em tempo real

 11h23 – Os advogados Eduardo Guimarães e Ademar Santana, do Tribunal de Prerrogativa da Ordem dos Advogados de Cuiabá disse que a prisão dos dois advogados é ilegal. ““É notório que a Penitenciária Central não conta com sala de Estado Maior. Portanto os advogados devem ficar em uma sala especial e não junto com detentos comuns”, disse Eduardo.

11h08 – Veja lista dos alvos da Operação BB Pag e onde os mandados estão sendo cumpridos:

Cuiabá – prisões e busca e apreensões 
Plinio Alexandre Amorim Marques/ Neia Marques
Claumir Tomazzi/Elaine Tomazi
Rosa de Castro Melo/Victor Tomazi
Ary Linderman
Adauri/Teresinha/Alex
Evanildes Dias
Marco Paolo Filho
Lucival Cândido Amaral
Djalma Jose Neto
Marleide O. Carvalho
Alexandre Carneiro
João Pires M. Filho
Gabriel N. Marquito
Silvio da S. Rondon
Waldir Aparecido Taques
Clarisse A. S. Basso
Rafaela S. Basso
Gonçalo Rodrigues de Almeida
Antonio Marques De Pinho
Marinete F. Marques
Celso Alves de Pinho
Giovani Dadalt Crespani

Cuiabá – busca e apreensão
Roberto Rizzo

Santo Antônio do Leverger – prisão
Juercio/José Ribeiro Neto/Wockton S. Pereira

Primavera do Leste
Busca e apreensão na residência de Giovani Dadalt e no escritório de contabilidade El Shaday

Tubarão (SC) – busca e Apreensão na empresa de Giovani Dadalt

Soledade (RS)
Prisão temporária e busca e apreensão de Isabel de Fátima Dadalt e Neida Terezinha Dadalt – mãe e tia de Giovani Dadalt

11h03 – Durante os mandados de prisão João Pires M Filho e Gabriel N. Marquito foram presos por porte ilegal de armas e encaminhados para o Centro de Ressocialização de Cuiabá.

10h52 – As mulheres detidas na operação estão sendo encaminhadas para o presídio feminino Ana Maria do Couto. Elas deverão ser ouvidas na próxima segunda-feira (19) pelos policiais da Defaz.

10h35 – A advogada Michelle Donegá está revoltada com os delegados da Defaz, porque não estão deixando os advogados terem acesso aos autos dos processos. “Como posso defeder o meu cliente Gonçalo Almeida, se não sei o motivo da acusação”, informou.

10h21 – Oito delegacias da Capital estão envolvidas na operação, são elas: Dema, GCCO, Roubos e Furtos (Derf), GOE, Entorpecentes, Consumidor e DHPP.

09h45 – Alguns detidos estão sendo encaminhados diretamente para o antigo presídio do Carumbé. A tendência é de que eles não sejam ouvidos nesta quinta-feira.

09h30 – Os policiais da Defaz apreenderam documentos e computadores dos envolvidos. Até o momento já foram encaminhadas 34 pessoas para prestar esclarecimentos.

09h25 – O contador Gonçalo Rodrigues de Almeida foi encaminhado para o Centro de Ressociliação de Cuiabá (antigo Carumbé). Ele irá permanecer detido durante a operação BB Pag.

09h16 – Mais de 20 pessoas foram encaminhadas para o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), uma unidade anexa ao Centro de Ressocialização de Cuiabá (antigo Carumbé). Elas serão ouvidas na Defaz sobre o susposto desvio de dinheiro na Sefaz.

09h07 – Fabrício Domingues é advogado do empresário José Ribeiro, ele disse que seu cliente irá prestar todos os esclarecimentos a Defaz e não soube informar a causa do mandado de prisão. “Ainda não posso dizer o motivo da prisão, porque não tive acesso aos autos do processo”. 

09h03 – Uma família de livramento foi encaminhada para a Defaz para prestar esclarecimentos sobre o desvio de dinheiro da Sefaz.