Polícia prende acusados de integrar quadrilha que fraudava cartões da SuperVia, Riocard e tíquetes-alimentação

RIO – Treze pessoas foram presas durante uma operação realizada na manhã desta terça-feira para desarticular uma quadrilha que fazia a receptação de cartões da SuperVia, Riocard e tíquetes-alimentação. O bando movimentava R$ 500 mil por semana, segundo a polícia. Segundo o delegado Eduardo Freitas, o casal Leomárcio Detoni e Erilene Detoni são os chefes da grupo. Eles foram presos em Nilópolis, na Baixada Fluminense.

Segundo o blog “Casos de Polícia”, os dois seriam responsáveis por receber os cartões da SuperVia roubados e trocá-los por cartões Riocard adquiridos com ágio em diversos pontos do Rio e repassados para eles por Jorge dos Reis Lima e Lucineide dos Santos Fernandes. Leomárcio e Erilene descarregavam o crédito do Riocard nas máquinas da empresa de ônibus Serra do piloto, que seria propriedade de Leomárcio, segundo a polícia. De acordo com escutas telefônicas, Jorge é o mais velho nesse tipo de esquema: ele já atuaria há 15 anos no negócio.

Empresário de ônibus em Mangaratiba acusado de ser um dos chefes do esquema é preso em casa/ Foto: Celso MeiraA quadrilha recuperava o dinheiro dos cartões da SuperVia da seguinte maneira: integrantes do esquema ficavam nas bilheterias das estações e se ofereciam para passar o cartão aos passageiros em troca do valor da passagem. As fraudes levaram a SuperVia a um prejuízo estimado em R$ 1,2 milhão. De acordo com a polícia, os três acusados de roubar os PDVs – Reginaldo Borel, Diego Felipe Kirschner Freire e Wilson Ricardo de Oliveira – já trabalharam na concessionária como funcionários terceirizados e teriam se aproveitado da experiência para roubar as máquinas validadoras e os cartões.

Na operação, os policiais apreenderam 11 máquinas PDV, uma máquina de contar tíquetes, cinco celulares, três computadores, 70 munições, um Peugeot, cinco revólveres, uma pistola, talões de cheques e centenas de cartões Riocard e dez máquinas de cartão de crédito, além de US$ 12 mil e R$ 5 mil em dinheiro.

A operação Fim de Linha começou a sair do papel a partir da investigação da polícia, sobre uma quadrilha responsável por um derrame de passagens fraudadas nos trens da SuperVia. O golpe, descoberto em junho, foi executado durante pelo menos três meses.

Presidente da Caixa depõe no Senado e nega prejuízo com Panamericano

A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, não considera que a instituição tenha tido prejuízo com a aquisição de 36,5% do controle acionário do Banco Panamericano, negócio avaliado em quase R$ 740 milhões.

A declaração foi dada em audiência pública conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Assuntos Econômicos (CAE), nesta quarta-feira (24), depois que o senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) insistiu em saber como a Caixa não conseguiu detectar um rombo de R$ 2,5 bilhões nas contas do banco do Grupo Silvio Santos.

A Caixa acredita que seguiu as melhores práticas de mercado para fazer a compra e pagou um valor justo – comentou Maria Fernanda Coelho.

Segundo acrescentou a executiva, estudos internos apontaram o Panamericano como a instituição com “maior sinergia” com a Caixa, que pretendia estender sua atuação entre clientes de baixa renda e nos ramos de aquisição de bens e veículos e de arrendamento mercantil, segmentos onde o banco de Silvio Santos teria muita experiência.

A contratação do Banco Fator para assessorar a Caixa nesta operação e da BDO Consultores para emitir uma segunda opinião sobre a diligência contábil realizada pela auditoria independente KPMG – contratada pelo Fator – foi ressaltada por Maria Fernanda Coelho como uma demonstração de “cuidado e zelo” no processo.

Tanto que, após a eclosão do escândalo nas contas do Panamericano, a Caixa decidiu interpelar extrajudicialmente o Banco Fator para explicar as “inconsistências contábeis” recorrentes nos balanços do banco de Silvio Santos.

Apesar deste imbróglio, a presidente da Caixa avalia que a condição patrimonial do Panamericano está restabelecida, o que permitiria iniciar o plano de negócios montado para essa parceria, a partir desta sexta-feira (26), com a oferta de crédito a pessoa física.

Nesta mesma data, será realizada a assembléia de acionistas que viabilizará a indicação de Maria Fernanda Coelho para a presidência do Conselho de Administração do Panamericano, organismo onde também terão assento cinco técnicos da Caixa já indicados para a direção do banco.

Eleição

Questionada pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), Maria Fernanda Coelho negou ter tomado conhecimento do desfalque no Panamericano antes do primeiro turno das eleições.

Segundo declarou, a Caixa soube da fiscalização realizada na instituição pelo Banco Central em setembro e só em outubro teria sido informada do rombo de R$ 2,5 bilhões no banco do apresentador.

Prova disso teria sido a assinatura de um termo de comparecimento junto com o Panamericano e o Banco Central, no início de novembro, reconhecendo a existência de um “ativo insubsistente” no valor de R$ 1,4 bilhão e a contabilização irregular de R$ 673 milhões em contratos de operação de crédito.

A executiva também se negou a comentar o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o apresentador Silvio Santos dias antes do primeiro turno eleitoral. Mas rechaçou qualquer interferência política no negócio firmado entre a Caixa e o Panamericano. Foi uma decisão exclusivamente empresarial, sustentou.

 

Caixa já acusou Diego Escosteguy de publicar “matéria falsa”

A Caixa Econômica Federal exige a retificação imediata, com o mesmo destaque de primeira página, para desmentir os dados incorretos e fantasiosos da matéria “Caixa financia obra da Vila Panamericana sem licitação”, publicada sábado, dia 28/01/2006. A matéria começa com erro no título: nenhuma empresa privada precisa entrar em licitação para conseguir financiamento para construção! Esse ponto já demonstra a má fé e falta de competência e ética jornalística que norteou a apuração da matéria pelo repórter Diego Escosteguy.

Vamos aos fatos:

1. O repórter procurou a assessoria de imprensa da CAIXA e, de forma alheia à ética enviou três perguntas sobre o financiamento da Vila do Pan, que foram respondidas prontamente por esta assessoria (o conteúdo do e-mail segue anexo a esta carta). Em nenhum momento o repórter mencionou que se tratava de uma denúncia e tampouco pediu qualquer esclarecimento sobre ela em suas perguntas, genericamente formuladas, que demonstram sua intenção de obter uma “justificativa” de ter ouvido o “outro lado”, quando isso é totalmente falso. Omitindo o contexto da matéria, o repórter não deu à CAIXA o direito de responder com fatos e dados que mostrariam que a matéria não tinha sustentação jornalística.

2. A reunião com o Banco Central, em 14 de dezembro passado, realmente ocorreu, como parte de uma rotina típica das atividades do BC. Mas o assunto Vila Pan, não foi tratado em momento algum, atestam os participantes da reunião, membros do Conselho Diretor da CAIXA e o técnico do BC Edson Luiz Domingues, citado na matéria. O parecer GEAMP 035/04, de 15/04/2004, ao qual a matéria se refere, foi elaborado logo no início das negociações, quando o escopo do projeto exigia um financiamento de R$ 350 milhões e não R$ 189 milhões como foi contratado oito meses depois e em condições bastante diferentes da proposta inicial. A CAIXA desconhece qualquer investigação da Polícia Federal sobre o assunto.

3. A operação começou a ser acompanhada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) antes mesmo da assinatura do contrato. Em momento algum o Tribunal apontou irregularidades no processo. Em agosto de 2004, a CAIXA recebeu do TCU expediente cobrando celeridade na análise da operação. É digna de menção a seguinte afirmação do Ministro Marcos Vinicios Vilaça, em voto constante do processo TC 015.223/2004-5, que registra o acompanhamento das providências necessárias a realização dos jogos Pan-americanos: “A Administração também procurou cercar-se de garantias, condicionando a liberação dos recursos à contratação de financiamento com a CAIXA. Por seu turno, a CAIXA estabeleceu diversas medidas acautelatórias, com adoção de regime de Patrimônio de Afetação, garantia hipotecária sobre o terreno e todas as unidades construídas, penhor de todas as ações da empresa contratada, fiança dos garantidores solidários, fiança bancária e seguro garantia de execução, todas com vigência que perpassa o período de execução do empreendimento”.

4. A CAIXA, como agente financiador, começou o processo de análise do empreendimento após aprovação de linha de crédito especial, em 17/03/2004, pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). O que motivou a abertura de tal crédito foi o termo firmado entre a Prefeitura do Rio, Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Estado do Rio de Janeiro, Ministério do Esporte e a construtora Agenco, em novembro de 2002, para a construção da Vila Pan-americana.

5. Na sua ânsia de querer fazer uma matéria com inspiração política, o repórter Diego Escosteguy apresenta erros primários de desconhecimento da área de habitação, ao afirmar que os recursos do FAT são usados “habitualmente em empreendimentos voltados para a classe baixa”. A afirmação é totalmente errada e teria sido corrigida, assim como toda a matéria, se essa acusação inconsistente fosse colocada desde o início. O FAT sempre foi voltado para financiamento da classe média (famílias com renda mensal superior a R$ 4.900). O repórter mente mais uma vez quando afirma que “os juros são camaradas: ficam por volta de um terço das taxas do mercado”. A verdade é que os juros são os mesmos praticados em outros empreendimentos financiados pelo FAT – 4% a 9,7% ao ano mais TJLP; taxas onerosas para a baixa renda.

Segue abaixo um resumo do financiamento da Vila do Pan.

* A operação de financiamento da parte residencial da Vila Pan-americana foi estruturada sob a forma de um project finance, mediante a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para exercer a função de incorporadora do empreendimento, com o principal objetivo de mitigar o risco da operação, cuja fonte de recursos foi o FAT, com a devida autorização do Codefat.
* A CAIXA só iniciou a liberação do valor financiado depois de cumpridas todas as exigências contratuais, a exemplo da realização prévia de 15% da obra, com recursos da SPE e sem direito a reembolso.
* O projeto definido pelo COB e pela Prefeitura do Rio de Janeiro, bem como a operação de crédito, passaram oito meses sob a análise de 20 técnicos da CAIXA. A proposta foi apresentada em março de 2004, mas o contrato só foi assinado em novembro de 2004, depois de vários ajustes no projeto e nos valores pretendidos – houve redução de unidades e diminuição no valor a ser emprestado para adequação à capacidade de endividamento da empresa.
* Os cuidados da CAIXA sempre visaram dar garantias à conclusão do empreendimento, uma vez que o evento ao qual se destina é de suma importância para o Brasil, seja sob o aspecto esportivo, turístico e de geração de emprego e renda. Além disso, trata-se de uma operação vultosa, que envolve o financiamento de R$ 189 milhões, oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
* Por se tratar de recursos do FAT, são necessários todos os cuidados, indispensáveis em qualquer empreendimento, especialmente desse porte, para garantir a correta aplicação dos recursos e seu retorno ao Fundo.
* A CAIXA vem cumprindo o seu compromisso de financiar as unidades habitacionais a serem construídas na Vila, já integralmente comercializadas, com liberação de recursos somente de acordo com o andamento das obras medidas periodicamente pelos engenheiros da CAIXA, cujo percentual de execução alcançou 47% em janeiro de 2006, estando neste momento rigorosamente em dia com liberação dos recursos do FAT.

Gabriel de Barros Nogueira

Assessor de Imprensa da CAIXA

Leia decisão que condenou Garotinho e Álvaro Lins

O ex-governador do Rio de Janeiro e atual candidato a deputado federal Anthony Garotinho foi condenado a dois anos e meio de prisão pelo crime de quadrilha. Além dele, foram condenados também o ex-chefe de Polícia Álvaro Lins, por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro, a 28 anos de prisão e outras oito pessoas. A decisão é da 4ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Cabe recurso e os condenados poderão recorrer em liberdade.

Segundo o juiz Marcelo Tavares, que analisou o processo, ficou comprovado que o ex-governador e o ex-chefe de Polícia promoviam loteamento de cargos nas delegacias do Rio. “O réu Anthony Garotinho impunha aos órgãos públicos do Estado sua autoridade de ex-governador e ex-secretário de Segurança e agia informalmente como quem efetivamente mandava no Estado, quando lhe interessava”, escreveu o juiz.

De acordo com a decisão, os envolvidos tinham interesses distintos ao se organizarem, alguns pretendiam o poder; outros, dinheiro. Ele faz a ressalva de que, apesar de um dos objetivos ser o de favorecer organização criminosa de exploração de jogo de azar, não há provas de que Garotinho e outros três réus tenham praticado corrupção. Tampouco, diz, há prova de que o ex-governador tenha obtido lucro ilícito para uso individual.

Segundo o juiz, “há interceptação de ligações telefônicas nas quais participa pessoalmente em que fica demonstrado que, sem exercer qualquer cargo público, atuava em administração paralela na área de segurança pública, interessado em nomear delegados para a titularidade de delegacias especializadas e na promoção de delegados, sem ter atribuição para tanto”.

Em seu blog, Garotinho afirma que vai recorrer da decisão. “Evidente que vou recorrer com todos os instrumentos jurídicos que a lei disponibiliza, por se tratar de uma decisão absurda, sem amparo legal, e com a qual não me conformo. Quando um grupo se une para a formação de quadrilha, busca obter algum tipo de benefício. A pergunta que se impõe neste momento é: qual a vantagem obtida por mim?”, escreveu.

Já em relação a Lins, que teve o mandato de deputado estadual cassado, a decisão acolheu as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal e o condenou a 28 anos de prisão por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro. Grande parte da decisão, de mais 350 páginas, refere-se ao ex-chefe da Polícia.

Acusada de participar de lavagem de dinheiro, a mãe de Álvaro Lins foi absolvida. O próprio MPF pediu a absolvição. O juiz entendeu que havia elementos suficientes para condená-la. Mas fez a ressalva: “sua conduta, apesar de consciente, foi de aceitação de um pedido formulado por filho (recém-separado e com dois netos) que, reconheça-se, era bom para ela: desde que os elementos probatórios permitiram analisar, remete-lhe dinheiro mensalmente e a mantém mesmo distante. Como exigir-lhe que lhe virasse as costas quando precisou? É o coração de mãe um mistério. Com ele, faz-se por um filho aquilo que a outro qualquer a razão negaria”. O juiz afirmou ter colocado “a estrita técnica jurídica para se apegar a um critério de humanidade”.

O caso está relacionado à Operação Segurança Pública S/A, da Polícia Federal, que, por sua vez, é um desdobramento Operação Gladiador, também da PF. Nessa operação, três inspetores de Polícia foram condenados por favorecer Rogério Andrade na guerra com Fernando Ignácio, os dois envolvidos com a exploração de máquinas caça níqueis.

Em agosto de 2008, a juíza convocada Márcia Helena Nunes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio e Espírito Santo), decretou a prisão preventiva do ex-chefe da Polícia Civil. Lins perdeu o mandato e, com isso, o processo foi distribuído à primeira instância. Em maio de 2009, sua prisão foi revogada pelo Superior Tribunal de Justiça.

Público e privado
O juiz também faz uma crítica contundente à situação da Segurança Pública. “Cabe somente observar que a dinâmica avassaladora na atuação da organização criminosa, como se vai ver, que tomou de assalto a área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, somente foi possível por encontrar condições favoráveis culturais e históricas para tanto, do que se aproveitaram de maneira pensada e estudada.”

Citou entre os vários fatores “a falta de limite entre o espaço público e o privado”, “a omissão silenciosa dos homens de bem, por medo e por comodismo”, “a falta de critérios reais e claros para adoção de atos administrativos na Polícia Civil”, “prática da espetacularização dos atos policiais, as prisões e buscas fantásticas e a apresentação vexatória de pessoas ainda investigadas”, além da “falta de idealismo”, “a fragilidade dos órgãos de inteligência para selecionar líderes policiais” e “o esquecimento”.

Ao analisar os vários diálogos travados entre os réus sobre os bastidores das promoções dos policiais, o juiz afirmou que o “ostracismo e a perseguição administrativa” eram os prêmios dados a quem se pautava pelos princípios constitucionais da legalidade e da moralidade.

Leia a nota divulgada pelo ex-governador Anthony Garotinho

A decisão da 4ª Vara Federal evidencia mais um capítulo da perseguição covarde dirigida não só a mim, mas a toda minha família. É de se estranhar o fato de ela ser anunciada justamente no período eleitoral, a 41 dias das eleições no país, e justamente quando todas as pesquisas de intenção de voto apontam meu nome como o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro. Enganam-se aqueles que acham tratar-se de uma mera coincidência. Além da afirmação do Ministério Público Federal de que eu sabia das supostas atividades do ex-chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, não há, nos autos, rigorosamente, nenhuma acusação ou prova formais contra mim.

Evidente que vou recorrer com todos os instrumentos jurídicos que a lei disponibiliza, por se tratar de uma decisão absurda, sem amparo legal, e com a qual não me conformo. Quando um grupo se une para a formação de quadrilha, busca obter algum tipo de benefício. A pergunta que se impõe neste momento é: qual a vantagem obtida por mim?

Uma rápida leitura da minha trajetória política e pessoal demonstra que não sou homem de me abater. Tampouco acumulei bens, apesar de ter sido prefeito de Campos em duas ocasiões, deputado estadual, secretário de estado duas vezes e governador do segundo estado da Federação. Reafirmo que essa decisão em 1ª instância, justamente quando me encontro em campanha pelo Sul Fluminense, em nada irá alterar minha disposição de disputar uma vaga à Câmara dos Deputados, no próximo dia 3 de outubro.

Vereador é suspeito de favorecer beneficiários do INSS em Pelotas

Novas investigações mostraram que o desvio de dinheiro pode chegar a R$ 1 milhão

Após dois anos de investigação, a Polícia Federal de Pelotas divulgou ontem o resultado do aprofundamento da apuração solicitado pelo Ministério Público Federal do inquérito de uma operação deflagrada em 2008. De acordo com a PF, o vereador Pedro Godinho da Silva (PMDB) utilizava sua influência para favorecer beneficiários a se aposentarem sem participar do processo normal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

As novas investigações mostraram também que o desvio de dinheiro pode chegar a R$ 1 milhão, o dobro do estimado em 2008.

A Operação Norne (ser da mitologia nórdica que representa passado, presente e futuro) investigou o golpe comandado por Sandro Ademir Rodrigues Porto – à época funcionário do setor de benefícios do INSS – que consistia na criação de segurados virtuais, que morriam depois de receberem algum benefício.

Foi descoberto suposto tráfico de influências de Godinho, para que o processo fosse enviado ao INSS diretamente a Porto. Dois funcionários da Central de Óbitos facilitavam a fraude, pois teriam conseguido o emprego graças ao vereador. Uma funerária também estaria envolvida no esquema de favorecimento.

O que diz Luiz Cavalheiro, advogado do vereador

Cavalheiro, informou que, no site da Justiça Federal, não há nenhum processo contra seu cliente e que Godinho não recebeu nenhuma notificação sobre o inquérito, não podendo se manifestar sobre o caso.

Denarc prende suspeitos de transportar droga em carreta frigorífica

Dois grupos acusados de tráfico de drogas, associação para o tráfico e formação de quadrilha foram desarticulados na manhã de ontem, na operação Cannabis Cold, realizada pela Divisão Estadual de Narcotráfico (Denarc), Núcleo de Cascavel, comandado pelo delegado Júlio Reis. As prisões ocorridas ontem ocorreram em Toledo, São Miguel do Iguaçu, Santa Helena e Marechal Cândido Rondon.

De acordo com o delegado, a droga entrava pela fronteira, por Guaicurus, que faz divisa com Mundo Novo (MS) e Salto del Guairá (PY); e Foz do Iguaçu, na divisa com Ciudad del Leste (PY). Da fronteira, explica, a droga era colocada em carreta frigorífica e desta forma levada para Curitiba. Em um desses transportes uma carga acabou sendo apreendida (ver box) e a polícia científica prosseguiu a investigação cível para prender os demais envolvidos.

Reis menciona que outro grupo operava paralelamente a esse primeiro, mas na região de São Miguel do Iguaçu e Foz.Esse segundo grupo tinha ligação com o pessoal que trazia droga até Toledo, por isso foi unificada a investigação. A droga transportada por esse segundo grupo vinha de Foz e era vendida no varejo em São Miguel do Iguaçu e Santa Helena e, ainda, em Pinhais, complementa.

Os dois núcleos se uniram através de Fernando Vazatta, de Santa Helena, que era responsável pela remessa da droga em carreta frigorífica, e também tinha ligação com o pessoal de São Miguel e Santa Helena, declarou o delegado. 

Cheque

De acordo com o policial, agiotas que trocavam cheques para a quadrilha também eram investigadas. O trabalho policial aponta que, como os fornecedores que aceitavam dinheiro em espécie, os suspeitos eram obrigados a fazer a troca dos cheques.Queremos saber se eles tinham conhecimento do ilícito ou se apenas atuavam como agiotas, informa.

Operação

Os policiais atuaram simultaneamente em vários municípios. Quinze pessoas foram presas e uma estava foragida até o final da tarde de ontem. Cerca de 50 policiais participaram da Operação Cannabis Cold, cumprindo 15 mandados de prisão, 11 de busca e apreensão, expedidos pelo Judiciário de Toledo.

Durante os cinco meses de investigações foram recolhidos aproximadamente 120 quilos de maconha, dois quilos de crack, pequena porção de cocaína, LSD, um Golf, uma carreta frigorifica, documentos e computadores. No período, a polícia ainda monitorou e fotografou parte do grupo em ação. O grupo foi acompanhado quando usava a Ponte Ayrton Senna, em Guaicurus, como rota para negociar a droga na região de Mundo Novo (MS), informou a Secretaria de Segurança do Estado em nota à imprensa.

Relação do detidos:

Ronie Peres Peres, 29 anos.

Salete Machado, 37.

Fernando Alves Batista, 30.

Odair Aparecido da Silva, 33.

Fernando Vazatta, 28 .

Vinicius Eduardo Guiss, 24 .

Sebastiao Varella Ortiz, 45.

Adriano Andrade, 30 .

Claudemir Jose Tem Pass, 32 .

Celso Luiz Vogel, 34 .

Liceu Inacio Vogel, 38.

André Santana Guimaraes, 24.

Celso Aparecido da Silva, 34.

Elisabeth Longo, 36.

Jassiara Cassia Ortiz , 20.

Três apreensões de drogas foram realizadas desde março;

Durante as investigações, os policiais fizeram três apreensões de drogas e prenderam quatro pessoas. A primeira apreensão aconteceu no dia 28 de março. Com apoio de uma equipe do Canil da Polícia Militar de Cascavel, os policiais do Denarc apreenderam aproximadamente dois quilos de crack. A droga estava com Salete Machado, 37 anos. Ela foi flagrada quando viajava em um ônibus que saiu de Cascavel com destino a Porto Alegre (RS). Salete foi presa em Capanema.

Maconha

No dia 02 de abril, com apoio da Polícia Rodoviária Federal de Cascavel, os policiais do Denarc apreenderam 42 quilos de maconha. A droga foi encontrada na caixa de cozinha da carreta frigor iacute;fica placas BBO-1002, de Toledo. O veículo estava carregado com carne bovina que tinha saído de Toledo com destino a Curitiba. O motorista, Sebastião Varella Ortiz, 46 anos, disse que não sabia da existência da droga. Ele teria informado, na ocasião, que o carregamento da carne tinha sido feito por funcionários do frigorífico, que também manobraram o veículo no pátio da empresa. A carga que indicou seria a terceira remessa feita com carreta frigorifica, a partir de então teria sido mudado o modo de atuação. Todos os indícios que temos são que o motorista fazia o transporte ilícito por conta, sem qualquer conivência ou conhecimento da empresa, diz Julio Reis.

Por último, no dia 13 de abril, foram presos Fernando Vazatta e Vinicius Eduardo Guiss. Nesta operação, os policiais do Denarc tiveram o apoio da Polícia Militar de São Miguel do Iguaçu. Os dois foram encontrados no Corolla, placas DMT-3216, que foi abordado na saída de São Miguel para Missal. Com Fernando foi encontrado um invólucro  com aproximadamente 95 gramas de cocaína e com Vinicius, dentro de sua cueca, cerca de 100 gramas da mesma substância.

Delegado diz que existem provas contra todos os acusados

No dia 03 de setembro de 2009, o Denarc de Cascavel havia prendido 30 pessoas na operação Conexão Rondon, deflagrada para desarticular um grupo que fazia o tráfico de crack. De acordo com o delegado Julio Reis, uma preocupação do Denarc está sendo, durante o inquérito policial, juntar o máximo de provas possíveis, para que o acusado, detido, não consiga liberdade tão rápido antes de ser julgado. Todas as operações que fizemos recentemente as pessoas permanecem presas, ou seja, não é um mandado de prisão frágil. Normalmente nós pedimos a prisão quando temos subsídio para manter o cidadão preso , comenta.

Quanto aos detidos ontem, o delegado diz que existem provas suficientes contra os envolvidos, inclusive a confissão de um dos presos no esquema e a forma como funcionava esse esquema , revelou.

DPF – Desmascarando Pirâmides Financeiras

Wings Network – Julgamento de US$ 7,7 milhões e Carlos Barbosa detido pela polícia

Processo da SEC contra a fraude WINGS NETWORK chegou ao fim. Justiça condenou golpistas. Autoridades dos EUA recuperaram cerca de 46.8 milhões de dólares.

O processo da SEC (Securities Exchange Comission) contra a WINGS NETWORK (usando a empresa fachada TROPIKGADGET) começou em fevereiro de 2015. A SEC é equivalente à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) de Portugal ou a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) do Brasil.

No ano passado, vários julgamentos finais de vários milhões de dólares foram abertos contra a pirâmide WINGS NETWORK, os donos e piramideiros. Com este último julgamento a recuperar cerca de 7.7 milhões de dólares.

O laranja Carlos Barbosa das fraudes WINGS NETWORK e GO-LIBERTY foi detido em Portugal, pela Polícia Judiciária de Setúbal. Estava fugitivo há três anos no Brasil.

Carlos Barbosa esteve fugido no Brasil durante três anos, com a sua mulher e os filhos, tendo regressado só no dia 9 março a Portugal. Depois da pirâmide WINGS NETWORK quebrar e enganar muitos em Portugal.

Estava na sua casa em Algés, ao que tudo indica numa nova pirâmide aberta, onde se apresentava como “Consultor Internacional Independente”, quando foi detido pela Polícia Judiciária de Setúbal.

Depois da WINGS NETWORK, o criador de pirâmide Sérgio Tanaka e seu laranja Carlos Barbos apareceram com a GO-LIBERTY. A promessa era de pagar 300% sem fazer nada.

Cerca de 6 meses depois o golpe quebrou e os LARANJAS fugiram. Como enganaram muitos OTÁRIOS no Brasil, está explicado porque razão o Português Carlos Barbosa voltou a Portugal.

A notícia do Correio da Manhã informa que Carlos Barbosa, de 46 anos, enganou 13 mil pessoas na esquema de pirâmide financeira WINGS NETWORK. A pirâmide deu um golpe de 15 milhões de euros, só em Portugal. Mas a rápida ação da PJ e do DCIAP permitiu recuperar 13,5 milhões em contas, prontos para serem transferidos para o Dubai e os EUA.

Supostamente o facilitador de pirâmides estaria por detrás para ajudar Sérgio Tanaka a transferir o dinheiro da WINGS NETWORK para o Dubai e os EUA.

Como em todos os ESQUEMAS EM PIRÂMIDE, o LARANJA criou uma empresa fachada com o nome Tropikgadget, para vender online os produtos fachada que ninguém usava.

Tudo começou em dezembro 2013 e durou 7 meses.

Carlos Barbosa (CEO Wings Network) e Sérgio Tanaka (Dono do golpe Wings Network) foram dois dos acusados de montar este Esquema em Pirâmide.

Seguindo o mesmo modus operandis de sempre, abriram várias contas bancárias e usaram “contas laranjas” de outras pessoas, que são sujeridos no processo.

A PJ e o DCIAP estão de parabéns, porque foram rápidos a suspender no final de 2014 duas transferências para o Dubai e EUA. Apanharam sete milhões de euros numa conta e 6,5 milhões noutras. Agora, o processo segue em frente e deve terminar com a devolução do dinheiro, além da condenação do laranja e dos seus cúmplices.

Depois de ter sido detido pela PJ, o LARANJA Carlos Barbosa foi presente a um Juiz, que o deixou em liberdade. A medida de coação aplicada foi a apresentação diária à PSP, a proibição de contactar outros intervenientes no processo e não pode sair do país. Para isso, foi obrigado a entregar o passaporte.

Não concordamos somente com medidas de coação, pois os piramideiros encontram sempre uma maneira de continuar com os crimes. Fonte: https://m.facebook.com/DesmascarandoPiramidesFinanceiras/photos/a.1411819155733844/1815279132054509/

Preso no Paraná bando de traficantes que agia em MS

Agentes da PF (Polícia Federal) desarticularam uma quadrilha acusada de tráfico de drogas. Ao todo, 15 pessoas foram presas no Paraná e são suspeitas de agir na região de fronteira, inclusive em Mato Grosso do Sul.

Segundo matéria do site O Globo, o grupo era investigado havia cinco meses e agia, segundo a Polícia, nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, principalmente nas cidades paranaenses de Foz do Iguaçu e Guaíra e em Mundo Novo (MS). A quadrilha vendia drogas no varejo e também mandava carregamentos em caminhões frigoríficos para Curitiba.

Cerca de 50 policiais participaram da operação “Cannabis Cold”, que além dos l5 mandados de prisão, cumpriu 11 de busca e apreensão. Foram recolhidos 120 quilos de maconha, 2 quilos de crack, pequena porção de cocaína, pontos de LSD, um automóvel Golf, uma carreta frigorífica, documentos e computadores.

De acordo com o delegado Julio Reis, a investigação foi centralizada em Toledo, no Paraná, onde parte da droga era vendida pela quadrilha. Uma carreta frigorífica foi apreendida em Cascavel com maconha, e inspirou o nome da operação.

O entorpecente saía de Foz do Iguaçu escondido na câmara fria para enganar a polícia. Uma quantidade ficava em São Miguel do Iguaçu e em Santa Helena e a maior parte ia para Pinhais na Região Metropolitana de Curitiba – explicou o delegado.

Durante os cinco meses de investigações a policia monitorou e fotografou parte do bando em ação. O grupo foi acompanhado quando usava a ponte de Guaíra como rota para negociar a droga na região de Mundo Novo, em Mato Grosso do Sul. As investigações continuam para apurar o envolvimento de mais pessoas ligadas à quadrilha.

Algumas informações dão conta que parte do grupo atuava na troca de cheques recebidos nas transações.

Existe a possibilidade de membros da quadrilha lavarem dinheiro com o que arrecadavam na venda da droga. No decorrer das investigações podem ocorrer mais prisões – disse o delegado.

Todos os presos foram indiciados por tráfico de drogas, associação para o tráfico e formação de quadrilha. Foram detidos: Ronie Peres Peres, 29 anos; Salete Machado, 37; Fernando Alves Batista, 30; Odair Aparecido da Silva, 33; Fernando Vazatta, 28; Vinicius Eduardo Guiss, 24; Sebastião Varella Ortiz, 45; Adriano Andrade, 30; Claudemir Jose Tem Pass, 32; Celso Luiz Vogel, 34; Liceu Inácio Vogel, 38; André Santana Guimarães, 24; Celso Aparecido da Silva, 34; Elisabeth Longo, 36 e Jassiara Cássia Ortiz, 20. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Ex-diretor de Saúde de Mongaguá usou carro da prefeitura em esquema; veja

O ex-diretor de Saúde da Prefeitura de Mongaguá (litoral de São Paulo) Juan Mori Albornoz foi preso nesta quarta-feira (28) em uma operação da Polícia Federal contra uma suposta quadrilha responsável pelo esquema de desvio de produtos químicos para a produção e adulteração de cocaína. Em seis meses de investigação, a chamada operação Alquimia prendeu 33 pessoas –sendo 16 ontem.

Imagens feitas pela PF mostram que Albornoz usava o carro da prefeitura para comprar produtos químicos como lidocaína, cafeína, éter e acetona –utilizados na adulteração da cocaína para a comercialização– na farmácia de manipulação AtualPharma, em Mongaguá. A proprietária do estabelecimento também foi presa.

Por até R$ 7.000, institutos cobram para premiar empresas

Como uma empresa de qualquer porte faz para receber um prêmio de melhor em seu setor? Em muitos casos, paga.

Por até R$ 7.000, institutos e associações cobram para premiar empresas de todo o país, em categorias que vão de “Melhor Tratamento contra Estrias 2009” a “Destaque no Segmento Elétrico”, entre outras.

Os critérios de escolha são vagos. Em geral, os organizadores dizem seguir indicações de clientes, fornecedores e conhecidos da eleita. Quem se diz baseado em pesquisas de opinião não se dispõe a mostrá-las.

As vencedoras são procuradas pelas entidades e informadas de que ganharam o prêmio. A entrega se dá em jantares. Ganha-se troféu e/ou certificado, mais selos de “qualidade”.

A abrangência extrapola a fronteira brasileira: há prêmio que homenageia destaque do Mercosul e da América Latina.

À Folha ao menos seis empresas admitiram cobrar dos premiados. Nenhuma, porém, trata o prêmio como pago –é “adesão” ou “contribuição”.

Parlamentares

Uma das mais conhecidas é a OPB (Ordem dos Parlamentares do Brasil). A entidade promove o “Top of Quality” e o “Top of Quality Ambiental”.

O prêmio custa R$ 4.500. Oficialmente, são 1.500 cartilhas para projetos sociais, a R$ 3 cada. Mas pode chegar a R$ 7.000, conforme recibo obtido pela Folha. Apesar do nome, a entidade diz não ter relação político-partidária. O presidente, Dennys Serrano, é 38º suplente de deputado federal pelo PSB (1.296 votos em 2006).

Outra a oferecer prêmio é a Abach (Academia Brasileira de Arte, Cultura e História), com sede no Morumbi (zona oeste). São R$ 5.000 pelo “Prêmio Qualidade São Paulo”, disse seu representante a uma escola.

Aos potenciais premiados, a associação envia memorando com selo da Secretaria de Estado da Cultura –que disse estar surpresa e investigaria o caso.

Recorrer a autoridade para dar autenticidade ao prêmio é expediente comum. O Cicesp (Centro de Integração Cultural e Empresarial de São Paulo) instituiu a “Cruz do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek” (R$ 5.980). “Nunca soube que a comenda era paga”, disse Maria Estela Kubitschek, filha adotiva do ex-presidente, que já recebeu a comenda.

O valor do prêmio inclui joia banhada a ouro com rubis e esmeraldas, um certificado da “Soberana Ordem JK” e dois convites para um jantar em Brasília –a solenidade será na sexta (30). Segundo o presidente Regino Barros da Silva Neto, a entidade é como um clube, que vende títulos de sócio. Ainda assim, há, segundo ele, rigor nas indicações.

Folha conversou com um empresário de 39 anos que tem 11 prêmios –pelos quais pagou até R$ 2.000. “90% dos prêmios são pagos. É utopia pensar que não tem custo”, disse, sobre jantares em hotéis de luxo, fora o “ambiente gostoso”.

Ele usa as solenidades (“há gente boa e gente ruim nesse setor”) para fazer negócios. “Troco cartões com gente com quem eu nunca teria acesso.”

O benefício chega a ser cem vezes superior ao custo. “Tanto é que cancelei anúncios da minha empresa em revistas.”

Por ser habitué dos eventos, não param de chegar convites, diz. “Nos últimos três anos já recusei 20.” Ele foi convidado ou participou de solenidades de três entidades citadas.

“Um prêmio você institui para quem tem qualificação, para quem merece”, diz Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, entidade de defesa do consumidor. “Além de ser antiético, induz a consumidor a escolher uma empresa porque ela ganhou um prêmio que, na verdade, só pode ser concretizado pelo pagamento.”

Outro lado

Dennys Serrano, presidente da OPB, diz que o valor cobrado corresponde à impressão de cartilhas de combate às drogas.

O primeiro valor que ele disse à Folha foi de R$ 1.200; depois, falou em R$ 4.500. “Por tudo o que ele [empresário] vai receber em troca e o retorno de marca que ele tem é insignificante.” Sobre o recibo de R$ 7.000, disse que o valor era muito acima do estabelecido pela OPB –e que funcionário responsável havia sido afastado.

O Cicesp informou que a cobrança se deve à entrada em uma ordem, como em um clube. O presidente Regino Barros afirmou que um conselho interno indica os premiados.

Gilberto Siqueira, diretor da Abasch, disse que o pagamento é “espontâneo”. O presidente Roberto Oropallo afirmou que não sabia da cobrança e que mudaria os critérios. Sobre o selo da Secretaria da Cultura, afirmou ter recebido o título de “Parceiro da Cultura”. A secretaria não confirmou.

O ICFU (Instituto Cultural da Fraternidade Universal), que pede R$ 3.600 pelo prêmio de mérito educacional, diz aos premiados que o valor corresponde à impressão de revista de combate às drogas.

Na Abiqua, o Prêmio de Incentivo à Qualidade tem custo de R$ 1.000. O valor, disse o presidente, inclui negócios e palestrantes. “Tem jantar, tem custo”, diz Antonio Neto Ladeira.

A Montreal, do Top of Business, cobra R$ 3.900 por adesão. Mas, se houver empresa que não tenha condições de pagar, ela recebe o certificado via correio, disse a entidade, que diz ter critério na seleção dos premiados.

 

Fonte: https://m.folha.uol.com.br/cotidiano/2010/04/725643-por-ate-r-7000-institutos-cobram-para-premiar-empresas.shtml