Preso na ‘Operação Caipora’ é policial

A polícia divulgou quinta-feira a identidade do morador de Mauá preso na quarta na Operação Caipora, organizada pela Polícia Federal. O detido é um policial, o investigador Luis Cláudio Almeida Daniel, o Pezão. Ele estava trabalhando no 21ºDP (Vila Matilde) quando os policiais chegaram para levá-lo. Além de Daniel, foram presas outras 12 pessoas em quatro Estados envolvidas com um esquema internacional de contrabando.

Após a prisão dentro do distrito, que contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, os agentes federais conduziram Daniel até sua residência. No local, com um mandado de busca e apreensão nas mãos, os policiais apreenderam diversos documentos.

“Esse policial corrompia servidores públicos e recebia dinheiro por isso”, afirmou o delegado regional da PF em Sergipe, Nilton Ribeiro, coordenador nacional da Operação Caipora.

Além de corrupção ativa, Daniel foi indiciado por facilitação de contrabando e tráfico de influência. O investigador será transferido nesta sexta para Sergipe, onde ficará preso.

Há quatro anos, Daniel trabalhava em Mauá. Após atuar na região, foi transferido para distritos da zona Leste da Capital.

No Estado, além do policial civil, foram presos um policial federal, um ex-agente federal e dois distribuidores. Os outros detidos são dos Estados de Sergipe, Bahia e Paraná.

De acordo com investigação, a quadrilha atuava especialmente em Cidade do Leste, no Paraguai, contrabandeando cigarros e outros produtos de procedência estrangeira.

Segundo a PF, eram introduzidos semanalmente, em média, quatro carregamentos de produtos, no valor aproximado de R$ 150 mil por vez. Mensalmente, a movimentação financeira era de R$ 2,4 milhões.

As mercadorias saíam do Paraguai, passavam por Foz do Iguaçu, no Paraná, transitavam por São Paulo e seguiam para Sergipe, onde eram comercializadas. A maior parte dos produtos era de cigarros. As investigações começaram há oito meses.

 

PF deflagra operação para prender acusados de contrabando

A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira (11/6), a Operação Zaqueu contra acusados de contrabando, tráfico internacional de drogas, armas e agrotóxicos, e lavagem de dinheiro na região de fronteira entre Brasil e Paraguai, principalmente na cidade de Mundo Novo (MS). A PF acusa os irmãos Nasser Kadri e Abid Kadri de serem os líderes da organização, que também atuaria em Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Goiás.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo tem frota de caminhões, carros e motos de alto valor e um grande giro na compra e venda de veículos leves e pesados. A maioria das transações teria sido feita em nome de laranjas, com auxílio de despachantes.

Os irmãos Kadri, ainda segundo a PF, eram ajudados por Isabel Batista de Souza e pelo policial Ademir de Lima. Ele foi o único que não foi preso de imediato na região de Mundo Novo, mas comunicou à Polícia Federal, através de seu advogado, que iria se entregar nas próximas horas.

O comprador dos produtos contrabandeados, especificamente agrotóxicos, era a empresa de nome fantasia Sementes Carolina, com sede na cidade de Rondonópolis, em Mato Grosso, de propriedade de Elói Marchett. Também estariam envolvidos no esquema Alessandro Ferreira, chamado de “Boi”, morador de Poços de Caldas, em Minas; Marcelo Aparecido Alkves, conhecido como “Tampa”, residente na cidade de Itapira, no interior de São Paulo; Valdir Trevisan e Gostavo Trevisan, moradores de Andradas, em Minas; Roseno Caetano Ferreira Filho, residente em Mogi Mirim, interior paulista; e André Soares Costa, residente na região metropolitana de Belo Horizonte.

Em Mundo Novo, os irmãos contavam com a conivência e participação do pai, Ali Kadri, a mãe Ramza Kadri, e da irmã Jamili e a sobrinha Flávia, para esconder provas e envolvimento no crime de lavagem de dinheiro.

O nome da operação é uma alusão ao personagem bíblico Zaqueu, homem muito rico, coletor de impostos, mas cuja fortuna não tinha origem lícita.